Infectologista indica revisar a carteira de vacinação e mantê-la em dia como prevenção contra hospitalizações desnecessárias
A virada de ano não significa que tudo mudou, afinal a pandemia da COVID-19 continua e, por consequência, as medidas preventivas para evitar o contágio também. Sendo assim, o que tem de diferente são as férias restritivas por causa do distanciamento social, ainda mais em meio aos números de casos que estão em ascendência. Mas, se a mala e outros itens obrigatórios para viajantes devem ser poupados nesse verão, o mesmo não deve acontecer com a vacinação de crianças e adultos que deve continuar sendo uma prioridade para que a imunização esteja ativa durante todo nesse momento.
Para o médico infectologista Jaime Rocha, diretor de Prevenção e Promoção à Saúde da Unimed Curitiba e responsável pela Unimed Laboratório, a revisão vacinal de cada um é sinal de respeito com a própria saúde, e um exercício do senso coletivo. “Manter em dia a carteira de imunizações acaba servindo como mais uma medida de prevenção nesses tempos. Enquanto aguardamos com ansiedade a chegada, já próxima, da vacina contra a COVID-19, indico tomar as vacinas que já temos disponíveis nos laboratórios, especialmente aquelas para doenças que podem ter evoluções mais graves como, por exemplo, hepatite e meningite. Imunizar-se contra essas doenças pode evitar hospitalizações desnecessárias em um momento de colapso dos hospitais”, destaca.
Confira a lista das vacinas indicadas pelo infectologista para a atualização da sua Carteira de Vacinação:
Tríplice Viral
Protege contra Sarampo, Caxumba e Rubéola.
Essa vacina faz parte do calendário básico de vacinação e deve ser tomada por pessoas de 9 meses a 49 anos de idade. Para quem tem de 12 meses a 29 anos de idade, é preciso tomar a segunda dose 30 dias depois da primeira.
Não devem receber essa vacina crianças menores de 6 meses de idade, gestantes (devem se vacinar somente depois do parto), imunocomprometidos e pessoas com casos suspeitos de sarampo.
Tríplice Bacteriana
Protege contra Difteria, Tétano e Coqueluche. A tríplice bacteriana clássica deve ser administrada em meninos e meninas até sete anos de idade. A partir dessa faixa etária, a vacina utilizada é a dTpa (tríplice bacteriana acelular do tipo adulto).
Essa vacina é especialmente indicada para profissionais que atuam nas áreas da saúde, alimentos e bebidas, estética (manicures e podólogos), militares, policiais, bombeiros e profissionais da aviação e profissionais que trabalham com animais e crianças.
Vacinas contra Meningite
Existem três tipos de vacina que protegem contra a Meningite:
Meningocócica C
Previne doenças causadas pela bactéria meningococo do tipo C, incluindo a Meningite e a Meningococcemia.
Meningocócica B
Protege contra Meningites e infecções generalizadas causadas pela bactéria meningococo do tipo B.
Meningocócica Conjugada Quadrivalente (ACWY)
Protege contra Meningites e infecções generalizadas causadas pela bactéria meningococo dos tipos A, C, W e Y.
Devem se vacinar crianças e adolescentes, no geral, e adultos, dependendo da situação epidemiológica.
Vacina combinada Hepatite A e B
Protege contra infecções do fígado causadas pelo vírus da Hepatite A e Hepatite B.
Devem se vacinar crianças a partir de 12 meses, adolescentes e adultos que não foram vacinados contra esses dois tipos de hepatites.
Vacina contra a Febre Amarela
Protege contra o arbovírus amarílico, da família Flaviviridae, a mesma do vírus da dengue.
Devem se vacinar crianças a partir de 9 meses, adolescentes e adultos que vivem em regiões brasileiras classificadas como áreas de recomendação da vacina e pessoas em viagem nacional ou internacional para áreas com risco da doença ou para onde é obrigatória a comprovação da vacinação.
Vacina contra o HPV
Existem duas vacinas profiláticas contra HPV.
Vacina quadrivalente protege contra HPV 6, 11, 16 e 18
Vacina bivalente protege contra HPV 16 e 18
Para estar completamente protegido é necessário tomar duas doses da vacina, sendo a segunda tomada 6 meses após a primeira. São indicados para a imunização meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, mas a faixa etária se estende para adultos também. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses).
Vacina contra a Herpes Zoster
Recomendada para todas pessoas com mais de 60 anos de idade, incluindo aquelas que já tiveram a doença, mas seu uso é aprovado já a partir dos 50 anos de idade. A herpes-zoster (também conhecido por “cobreiro”) é uma infecção causada pelo vírus varicela-zoster — o mesmo da catapora. Pessoas que já tiveram o vírus da catapora, mesmo que essa doença não se tenha manifestado, pode vir a ter herpes-zoster. No geral, os mais vulneráveis são as crianças e os idosos.
Vacinas Pneumocócicas Conjugadas
Existem três tipos de Vacinas Pneumocócicas Conjugadas.
Vacina Pneumocócica Conjugada 10-valente (VPC10)
Em crianças, previne cerca de 70% das doenças graves causadas por dez sorotipos de pneumococos, como Pneumonia, Meningite e Otite.
Vacina Pneumocócica Conjugada 13-valente (VPC13)
Em crianças, previne cerca de 90% das doenças graves causadas por 13 sorotipos de pneumococos.
Vacina Pneumocócica Polissacarídica 23-valente (VPP23)
Protege contra infecções pneumocócicas causadas pelos tipos mais comuns do vírus pneumococos.
Devem ser vacinadas crianças a partir de 2 meses de vida e menores de 6 anos de idade; crianças com mais de 6 anos, adolescentes e adultos portadores de algumas doenças crônicas. Para adultos com mais de 50 anos, sobretudo a partir dos 60, são recomendadas as vacinas VPC13 e VPP23.
Vacina contra Dengue
Protege contra infecções causadas pelos quatro sorotipos de Dengue (DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4) e só pode ser aplicada em pacientes que comprovadamente já foram infectados por vírus da Dengue no passado.
Essa vacina está licenciada para ser aplicada em crianças a partir de 9 anos, adolescentes e adultos até 45 anos, sendo recomendada para indivíduos infectados por dengue.