Pequenos negócios atendidos pelo programa do Sebrae/PR declararam estar mais preparados para buscar investidores
Para empresas nascentes, como as startups, a falta de recursos para gerar escala e crescer é um dos grandes desafios. Uma das alternativas neste meio é o aporte de capital, geralmente por investidores anjos ou fundos de investimento. Pesquisa realizada pelo Sebrae/PR, com 30 startups do Estado que participaram do programa Capital Empreendedor, revelou que nove delas receberam algum tipo de investimento externo no ano passado. Somados, os valores estimam a atração de R$ 2,85 milhões.
O gestor estadual do programa Capital Empreendedor do Sebrae/PR, Elizandro Ferreira, analisa que os aportes demonstram a evolução gradual da maturidade das startups e do ecossistema de inovação paranaense.
“O Sebrae desenvolve uma série de ações e programas para as startups. No caso do Capital Empreendedor, o propósito é levar o pragmatismo para os empreendedores. Também prepará-los para perceber quando e se precisarão de investimentos e como apresentar seus negócios para potenciais investidores”, explica Elizandro.
A Cor.Sync (www.corsync.com.br), fundada em Curitiba em 2019 e que desenvolveu tecnologia de diagnóstico rápido e preciso de infarto em uma emergência hospitalar, é outra empresa da lista dos aportes de capital. A startup já havia ganhado a atenção do mercado e recebido pequenos aportes especialmente em editais de fomento. Mas, os sócios buscavam aportes ainda mais significativos para impulsionar o crescimento da startup.
Em 2020, a participação no programa Capital Empreendedor abriu as portas da empresa para futuros investimentos. Em novembro, a empresa se apresentou para uma banca com doze investidores nacionais. O produto foi muito bem recebido e Raul de Macedo, um dos sócios, demonstra confiança com os resultados futuros para a desejada captação de R$ 1,5 milhão.
“Estamos em negociação com investidores que se interessaram pela nossa empresa. Enviamos a eles relatórios mensais e resultados para mostrar evolução e a consistência do nosso trabalho. A gente entendeu que esse é um processo que leva tempo, em que é preciso construir um relacionamento e ganhar a confiança do investidor. O programa abriu portas para que a gente chegasse até as pessoas certas”, afirma Raul.
Com pouco tempo de existência, a empresa já recebeu aportes de R$ 185 mil e ganhou mais de R$ 900 mil em editais de fomento. Com isso, a Cor.Sync teve a oportunidade de ser incubada pela Universidade de São Paulo (USP), de receber o apoio do Imperial College de Londres e de realizar testes para a validação da solução no hospital Albert Einstein, na capital paulista.
R$ 20 milhões no ciclo 2020 do Capital Empreendedor
Mesmo com a pandemia em 2020, o programa Capital Empreendedor, que une investidores e startups, superou os números de pequenos negócios atendidos e o volume de aportes feitos nas micro e pequenas empresas que participam do projeto, se comparado aos anos anteriores. Apenas no ano passado, 41 empresas receberam investimentos de R$ 19,8 milhões, número superior ao de 2019, que foi de R$17,7 milhões. Desde que foi criado, em 2018, o programa já beneficiou diretamente 74 negócios que receberam R$ 42,5 milhões em investimentos.