Muitos setores ainda se recuperam das perdas e desafios provocados pela pandemia em 2020, mas em alguns casos a perspectiva é promissora. É o que revelam dados do setor imobiliário e projeções de especialistas para este ano, como a Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR). Mesmo tendo seis dos nove meses do período levantado com calendário acometido pela Covid-19, as vendas de imóveis tiveram alta de 6,5% e somaram R$ 2,4 bilhões no ano passado em Curitiba.
Além disso, os indicadores da capital paranaense a colocam como a terceira melhor cidade com mais de 100 mil habitantes para se fazer negócios imobiliários no país, atrás apenas de São Paulo e Belo Horizonte, segundo estudo feito pela consultoria Urban Systems para a revista Exame. E Curitiba não está sozinha nesse panorama: o ranking da Urban Systems, que apresenta as 100 primeiras cidades para realização de negócios no segmento imobiliário, traz ainda Araucária na 37ª posição, São José dos Pinhais na posição 41 e Pinhais na 57ª, entre outros municípios do interior paranaense.
Presidente da Ademi-PR, Leonardo Pissetti analisa que o panorama das cidades da Região Metropolitana de Curitiba atrai investimentos imobiliários pelo seu nível de industrialização e empregos, além da boa saúde fiscal do Paraná como um todo.
Construtoras como a Valor Real Empreendimentos, que atua há mais de dez anos na Região Metropolitana de Curitiba, comprovam este cenário otimista, apesar dos percalços do ano que passou. Lançado em janeiro de 2020, o residencial Park Royale teve 75% de suas unidades vendidas ao longo do ano. “Foi um sucesso de vendas, sem dúvida. Além desse empreendimento, zeramos o estoque de vendas do residencial Piazza Venezzia, e alcançamos um volume bastante significativo de clientes no Plaza Royal, todos em São José dos Pinhais”, celebra Antonio Lage, CEO da Valor Real.
Novo ciclo no mercado
Em entrevista para a Infomoney, o economista chefe do Zap+, Danilo Igliori, afirmou que o cenário de aquecimento do setor ainda parece desequilibrado. “Iniciamos um novo ciclo de alta, que pode ser visto nos resultados do final de 2020 e nos IPOs de construtoras. Mas é um ciclo diferente daquele visto no pré-pandemia”.
2020 começou bem até a crise gerada pela pandemia, que começou a ser contornada pelo mercado imobiliário em maio. “Depois de uma queda na comercialização de casas e apartamentos entre o final de março e abril, as vendas começaram a se recuperar em maio. Um cenário realmente favorável se viu de julho em diante, com pico de unidades comercializadas em agosto.”
Para especialistas, 2021 pode ser marcado por um possível aumento no preço dos imóveis e também na taxa Selic, que se encontra no momento mais baixo de sua história. Isso tudo ajuda a fomentar o crescimento do setor e a não ter grandes sobressaltos em oferta ou demanda.