O isolamento social causou alguns efeitos estéticos: o Zoom (em referência ao aplicativo de videoconferência), sanfona (com o aumento das gordurinhas), Poor Circulation (má circulação que piora varizes) e atrofia muscular (perda de massa magra). Agora, procedimentos podem ajudar
Se você olhou no espelho e notou algo de diferente nos últimos meses, não se culpe por querer mudar e buscar ajuda de procedimentos estéticos. Muitos médicos têm relatado uma busca expressiva por tratamentos na região facial e corporal. As principais queixas são alguns efeitos que o isolamento social causou. Abaixo, os médicos especialistas discutem os Efeitos Zoom, Sanfona, Poor Circulation e de Atrofia Muscular:
EFEITO ZOOM – “Em meio a todo o estresse e ansiedade, muitos pacientes relatam crises com as próprias aparências físicas. Além disso, muitos foram forçados a passar horas em videoconferências com iluminação ruim, ângulos infelizes e recortes estranhos, expondo características que nunca notaram antes”, diz o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e especialista em Rinoplastia Estética e Reparadora pela Case Western University. A isso se deu o nome de Efeito Zoom. “Ninguém jamais se olhou dessa maneira – por tanto tempo ou com tanta frequência – e acho que isso está gerando grande parte da demanda por procedimentos”, diz o cirurgião. As rugas e o aspecto cansado da pele podem ser tratados com tecnologias menos invasivas como o ultrassom macro e microfocado Ultraction 3D, que permite ajustar exatamente a profundidade onde o aparelho vai agir e o tamanho do dano térmico. “Do ponto de vista clínico, o tratamento é menos dolorido e muito mais homogêneo. Ele estimula mais colágeno e traz resultados na hora. O paciente pode imediatamente voltar às atividades de rotina”, afirma o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Mas o Efeito Zoom também tem aumentado a busca por rinoplastia, segundo o Dr. Paolo. “Um dos destaques continua sendo a rinoplastia, que no pico da pandemia apresentou aumento vertiginoso de buscas no Google (4800%). Os hospitais seguem um protocolo muito rigoroso para evitar o contágio por Covid-19, inclusive testando os pacientes e a equipe responsável pela cirurgia”, diz o cirurgião. E como há novidades menos traumáticas, como a Rinoplastia Ultrassônica, os pacientes estão buscando mais esse tipo de procedimento. “O procedimento visa tratar a parte óssea do nariz através de um aparelho que, por meio de vibrações, permite ao cirurgião realizar a fratura nasal necessária para o procedimento de forma menos traumática”, diz o médico. “Realizada sob o efeito de anestesia geral, a rinoplastia ultrassônica possui as mesmas indicações da técnica tradicional, sendo indicada para qualquer paciente que tenha necessidade de tratar a parte óssea do nariz, mas possui como vantagem o fato de ser mais precisa e menos traumática, resultando em menos inchaço, sangramento e hematoma no período pós-operatório”, diz o Dr. Paolo. “Isso faz com que o processo de recuperação do procedimento seja mais rápido e mais tranquilo, permitindo ao paciente retornar às atividades rotineiras mais rapidamente”, destaca o cirurgião.
EFEITO SANFONA – Quem estava conseguindo bons resultados antes da pandemia, aliando uma boa dieta com exercícios físicos, pode ter sofrido os efeitos de ficar em casa – com tanto estresse. E é por isso que a procura por procedimentos como a criolipólise cresceu tanto. “As pessoas têm procurado por procedimentos menos invasivos que não necessitem de repouso para poderem retomar suas atividades de rotina. E a criolipólise é um deles, já que o paciente pode voltar imediatamente às atividades de rotina”, explica o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez. A tecnologia é baseada na ação do frio. “O congelamento das células gordurosas, que são muito mais sensíveis às baixas temperaturas do que os tecidos ao redor e as camadas da pele subjacentes, promove essa redução de medidas e melhora do contorno corporal. Após a sessão, que dura em média uma hora, o processo fisiológico de perda ocorre naturalmente pela eliminação progressiva das células de gordura que sofreram apoptose, ou seja, autodestruição por terem sido submetidas ao congelamento focado e controlado pela tecnologia utilizada no aparelho, porém sem causar queimaduras, úlceras ou danos ao tecido cutâneo da região tratada”, explica o médico. Os resultados, que costumam ser uma redução de até 25% da camada de gordura da região tratada, são alcançados em até dois meses.
EFEITO POOR CIRCULATION – Os meses de pandemia e isolamento social foram particularmente ruins para a circulação das pernas. Sem movimentação, a circulação ficou prejudicada e com a reabertura gradual é normal que as pessoas busquem tratamentos para essa área, que pode sofrer com vasinhos e veias aparentes. Existem diversos produtos para tratar e melhor a qualidade da pele, mas quando o assunto são as varizes e vasinhos, não tem jeito: você deve consultar um médico. E não se preocupe: sem internação, é possível tratá-las. “Uma das técnicas mais usadas é o ClaCs (Cryolaser + cryoescleroterapia), que combina o laser transdérmico com escleroterapia com glicose, tratamento adequado para veias menos calibrosas e superficiais na pele. Também pode ser utilizada para vasinhos (as famosas telangiectasias)”, diz a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Sem necessidade de repouso, é necessário apenas se abster de tomar sol por um período de 10 dias após cada sessão. No caso de veias maiores, a médica indica o ClaFs, associação de laser transdérmico com espuma, que pode ser realizada em veias mais calibrosas e superficiais. Também não necessita de repouso.
EFEITO DE ATROFIA MUSCULAR – Ficar um tempo longe da academia não trouxe apenas efeitos negativos no sentido de aumentar as gordurinhas – muitos viram ruir a massa muscular conquistada com tanto esforço. Mas algumas tecnologias médicas ajudam a fortalecer a musculatura de qualquer área do corpo. Isso pode ser feito com o uso da tecnologia HI-EMT (Treinamento Eletromagnético Muscular de Alta Intensidade), já disponível no Brasil com algumas máquinas – e em breve mais lançamentos surgirão com aperfeiçoamento da técnica. A tecnologia oferece a possibilidade de ajudar o paciente no processo de hipertrofia (ganho de massa muscular), em sessões de apenas 30 minutos. “Enquanto o dispositivo executa mais de 20 mil abdominais ou agachamentos, é como se o paciente estivesse treinando, mas de uma forma sem cansaço e sem dor. A tecnologia passa por todas as camadas da pele e da gordura e estimula diretamente o músculo por meio de contrações contínuas e intensas”, afirma a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Exposto às contrações, o tecido muscular responde com remodelação do interior da estrutura, resultando em hipertrofia muscular e estímulo do tônus, além da queima de gordura. “Segundo estudos, a tecnologia HI-EMT pode aumentar em aproximadamente 15% a espessura do músculo abdominal e promover uma redução média de 19% na camada de gordura subcutânea do abdômen”, diz a Dra. Beatriz.
Lembre-se: consulte sempre um médico para a indicação do tratamento ideal para você.
FONTES:
*DR. ABDO SALOMÃO JR: Doutor em Dermatologia pela USP (Universidade de São Paulo). É sócio Efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Membro da American Academy of Dermatology (AAD), Sociedade Brasileira de laser em Medicina e Cirurgia e do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia. Professor universitário, Dr. Abdo Salomão Jr. ministra aulas nos principais congressos nacionais da especialidade. Além disso, já deu aulas na Austrália, Itália e Coréia do Sul. É uma referência em conhecimento de lasers e tecnologias para fins dermatológicos e estéticos. Diretor da Clínica Dermatológica Abdo Salomão Junior.
*DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da diretoria (comissão de marketing) da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557 http://www.alinelamaita.com.
*DRA. BEATRIZ LASSANCE: Cirurgiã Plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC. Trabalhou no Onze Lieve Vrouwe Gusthuis – Amsterdam -NL e é Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery. Além disso, é membro do American College of LifeStyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.
*DR. PAOLO RUBEZ: Cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico é especialista em Cirurgia de Enxaqueca pela Case Western University, com o Dr Bahman Guyuron (em Cleveland – EUA) e em Rinoplastia Estética e Reparadora, pela mesma Universidade, e pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. http://drpaolorubez.com.br/