Nos últimos 12 meses, a indústria cresceu 8,5%. Em relação a abril, o resultado é de queda de 1,4%
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta manhã (8/7) os indicadores de produção industrial regional referentes a maio deste ano. Pelos números, o Paraná acumula crescimento de 20% no setor nos primeiros cinco meses de 2021, e de 8,5%, nos últimos 12 meses. Em relação ao mesmo mês de 2020, o resultado também é positivo, com alta de 23,7%, enquanto na comparação com abril, houve queda de 1,4%.
O desempenho do estado é melhor quando comparado com o nacional. No Brasil, a indústria registra crescimento de 13% até maio, e de 4,9% nos últimos 12 meses. Em relação a maio do ano passado, houve elevação de 24%. Já na comparação com abril último, o setor industrial cresceu 1,4% no país. O Paraná obteve a quinta melhor performance entre os estados da federação no resultado acumulado do ano e está entre os seis primeiros nos últimos 12 meses. Em 2020, analisando o intervalo dos primeiros cinco meses, o Paraná havia registrado queda de 8,8%. Mas o estado foi o que obteve o melhor desempenho do país em maio de 2020, na comparação com o mês anterior daquele ano, com crescimento de 21,6%.
De acordo com o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Marcelo Alves, a recuperação de setores importantes no estado pode explicar os números. Dos 23% de crescimento da indústria paranaense em maio, a produção automotiva contribuiu com mais de 10% na composição desta alta, ou seja, a performance da atividade teve um peso de 44% no resultado. No ano, o setor automotivo acumula 54% de alta, embora nos últimos 12 meses os números ainda revelem retração de 5,8%, reflexo do forte impacto que o segmento teve com interrupção total das atividades no início da pandemia.
“O segmento automotivo representa em torno de 10% do PIB industrial geral do Paraná, junto com alimentos e petróleo, está entre os mais relevantes do estado. Por isso a recuperação da atividade é importante na avaliação do resultado geral da indústria este mês”, aponta Alves. Como contraponto, ele avalia a queda de rendimento no setor alimentício, o de maior peso no PIB do estado, aproximadamente 20%. No ano, o setor acumula 6,2% de redução e, em maio, encolheu 2%. A pesquisa do IBGE aponta que a produção de açúcar cristal, produtos derivados da soja e carnes caíram no mês.
“Estes produtos sofrem impacto direto da cotação do dólar, o que pode influenciar nas exportações destes produtos, que perdem competitividade no mercado internacional. Outra explicação pode ser uma queda no consumo destas mercadorias aqui no Brasil”, avalia o economista. Setor de máquinas e equipamentos, que também teve dificuldade no início da pandemia, vem em recuperação. Acumula crescimento de 83% de janeiro a maio, e de 24% nos últimos 12 meses. Outro bom resultado vem do segmento madeireiro, que acumula alta de 59% no ano e de 34% de junho de 2020 a maio deste ano.
“Os números do IBGE apontam para uma melhor fase nestes setores, sugerindo que o pior período ficou para trás. A recuperação deles também indica que a escassez de insumos também está sendo superada. Por isso, o resultado da produção tende a melhorar nos próximos meses”, avalia Alves.
Por outro lado, o resultado mensal, quando avaliado em relação a meses anteriores, confirma uma oscilação nos resultados de produção industrial. Enquanto janeiro (1,2%) e março (0,8%) foram de crescimento, fevereiro (-1,9%), abril (-2,2%) e maio (-1,4%) registraram retração. Para o economista, isso pode ser reflexo do resultado de queda apresentado em algumas atividades que não vem desempenhando bem este ano, como alimentos (-1,6%) e celulose e papel (-0,47%).
O economista pondera ainda que o avanço da vacinação no país pode contribuir com uma melhora de cenário nos próximos meses. “Com maior cobertura vacinal e mais pessoas imunizadas, o mercado tende a ficar mais estabilizado, com retomada das atividades, aumento da renda e do consumo. Isso pode ajudar a acelerar o ritmo da atividade econômica como um todo”, conclui.