Muitas mudanças experimentadas pelas empresas por causa da pandemia deram certo e vieram não só para ficar, mas também para inovar a forma de trabalhar dos departamentos de RH.
A pandemia e as medidas de isolamento social, que tiveram início em 2020, transformaram a capacidade de adaptação em uma das mais valiosas soft skills para empresas de todos os portes, além de acelerarem importantes transformações que vinham acontecendo, como a digitalização dos negócios e a otimização do uso de recursos.
Muitas dessas mudanças também chegaram aos departamentos de Recursos Humanos das empresas. As vagas para atuação em modelo home office, por exemplo, aumentaram 309% em 2020 de acordo com o portal G1. Eventos e ações de retenção passaram a ser realizados virtualmente e a saúde mental deixou de ser um tabu e passou a ganhar cada vez mais espaço dentro das empresas.
Para os profissionais de RH, é importante entender o que o período gera nos indivíduos, para que lidem com eles de maneira respeitosa, empática e com os cuidados necessários para que todos se sintam acolhidos.
Por isso, o Consignet, uma empresa do DB1 Group, especializada em automação de consignados e benefícios com desconto em folha, listou os principais impactos na vida pessoal dos colaboradores e nas organizações para ajudar os profissionais de RH a definirem ações de acordo com as necessidades e sentimentos de pessoas e organizações.
Impactos na vida pessoal
De acordo com pesquisas realizadas pela UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, os casos de ansiedade aumentaram 80% após o início da pandemia. Sentimentos como angústia, mal-estar, depressão, estresse e ganho de peso também tiveram um aumento significativo, e exigiram sensibilidade na hora de lidar com os colaboradores durante e pós-pandemia, afinal, esses impactos não desaparecerão da noite para o dia.
Outro resultado percebido foi a acentuação do senso de comunidade, o que indica uma tendência de desenvolvimento de relações fortes e duradouras com aqueles à sua volta.
Com isso, os profissionais passarão a buscar e valorizar empresas que levantem bandeiras e busquem defender causas. A amizade e o respeito no local de trabalho ganharão foco, assim como a apreciação pelo trabalho remoto, que permitirá que as pessoas exerçam suas funções de qualquer lugar do mundo.
Como resposta ao aumento da ansiedade, o bem-estar, a calma e o conforto se tornaram referência. O confortwear – estilo de roupa leve e folgada, geralmente de moletom e que se assemelha aos pijamas segue como forte tendência. Se o cuidado com o dresscode se faz necessário, pensar no bem-estar na forma de vestir dos colaboradores agora também é essencial.
Após tanto tempo vivendo cercadas pela incerteza, as pessoas desejam se reconectar às emoções, viver de forma plena e aproveitar os momentos no que ficou conhecido como busca por felicidade. Por isso, valorizar os colaboradores e pensar estrategicamente em ações de retenção são maneiras de gerar felicidade no outro.
Impactos nas empresas
De acordo com a Mazars, uma empresa líder mundial em auditoria, 46,84% das empresas tiveram queda de faturamento em mais de 25%, sendo as principais causas a postergação de trabalhos, cancelamentos e falta de pagamentos. Para tentar recuperar esse prejuízo, as lideranças estão pensando cada vez mais em aumentar os resultados. No entanto, é preciso realizar determinadas cobranças de forma saudável.
Além disso, 44,30% das empresas mobilizaram parte do time para trabalhar em suas residências e 41,77% encaminharam 100% da equipe para o modelo remoto. E os colaboradores começaram a valorizar cada vez mais o modelo, com 70% dos entrevistados afirmando preferir continuar trabalhando de casa após a pandemia.
Nesse sentido, pensar maneiras de integrar colaboradores remotos e presenciais é fundamental para que ninguém se sinta negligenciado. Ações sobre saúde mental e reuniões de acompanhamento com os colaboradores são exemplos de atitudes que envolvem o RH e o restante da equipe, impactando diretamente no ritmo da entrega, já que 40,51% das empresas afirmam que a produtividade se manteve no patamar de antes da pandemia, enquanto 26,58% dizem que ela diminuiu e 17,72% afirmam que ela aumentou.
Já em relação às contratações, 39,42% cancelaram o planejamento desenvolvido antes da pandemia, enquanto 48,10% congelaram a abertura de novas vagas e 12,66% mantiveram os planos e as ações para atração de novos talentos. Nesse cenário, é importante que cada RH avalie a realidade de sua empresa e pense quais ações são necessárias para não perder talentos.
Também é de suma importância avaliar quando será o momento da recontratação para que a abertura de vagas não seja feita sem planejamento. É preciso cuidado com a saúde mental dos colaboradores para que eles não sintam, medo de perder o emprego. 65,82% dos RHs moveram ações trabalhando o bem-estar no trabalho, incluindo o desenvolvimento de canais de apoio.
Compreender a realidade das empresas durante a pandemia é uma maneira de estabelecer um contato mais assertivo com os colaboradores, entendendo o momento de cada parte da organização durante o período. Assim, é possível trabalhar com empatia e de forma assertiva, atendendo as necessidades de todos os lados.
Tendências para a área de RH
A presença de pessoas com deficiência, de LGBTQIA+, de negros, de mulheres, de indígenas e de outros grupos considerados à margem da sociedade (ou seja, sem facilidade no acesso a oportunidades) será um indicativo de sucesso, analisado por candidatos às vagas e por selos que premiam empresas de destaque, como Great Place to Work.
Além da presença, as pessoas buscarão encontrar esses grupos em cargos de destaque, entre a liderança ou entre os grandes influenciadores do negócio. O caminho para tornar isso possível é levantar o debate na empresa, traçar metas de contratação, construir programas de capacitação para quem não possui formação ou experiência, desenvolver células para trabalhar ativamente sobre a pauta e começar aos poucos.
É difícil atingir todos os grupos marginalizados, portanto, estabeleça um ponto de partida e comece a ampliar as ações para atingir mais pessoas conforme a empresa desenvolver sua capacidade de integração com cada diversidade.
Dessa forma, você garante que todos serão incluídos de forma respeitosa no negócio, evitando pedidos de desligamento ou problemas com a imagem da empresa por não acolher de maneira devida determinada pessoa.
Outras tendências consideradas fundamentais para a inovação do RH durante e após a pandemia incluem:
- Foco em habilidades e competências críticas
- Trabalho com employee experience
- Oferecimento de benefícios flexíveis
- Integração de tecnologias
- Aumento das vagas home office
- Crescimento das vagas freelancers
- Uso de ferramentas de colaboração
- Controle do ponto digital
- Aumento dos debates sobre saúde mental
- Aparição de people analytics
- Desenvolvimento do feedback
- Investimento em capacitação da liderança
- Ferramentas de análise de desempenho
- Ferramentas de recrutamento online
- Ferramentas de automação de processos
Além das tendências e ferramentas listadas, existem outras que podem ser levantadas para otimizar o trabalho cotidianamente. Antes de implementar qualquer inovação na área, é preciso realizar um estudo para identificar as dores do RH e estabelecer prioridades.
Para saber mais sobre as principais tendências para RH inovadores durante e após a pandemia, acesse bit.ly/guia-rh-inovador.