Mesmo no cenário crise o setor de franquias não ficou para trás: segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o segmento já faturou mais de R$ 39 bilhões só no primeiro trimestre de 2021. Dado o destaque na economia brasileira, é um dos modelos de negócios mais procurados entre empreendedores que desejam abrir o próprio negócio e veem na franchising possibilidades viáveis para obter retorno sobre o investimento, além de fortalecimento no mercado.
Para fortalecer esse modelo de negócio, o Sebrae/PR e a Fecomércio PR, em parceria com a ABF, vão realizar, nos dias 10 e 11 de setembro, o Salão de Franquias, que será 100% online.
“As franquias são atrativas e entendemos que agora é a hora de promover o encontro entre franqueadores e possíveis franqueados para que troquem experiências, tirem dúvidas e possam iniciar uma aproximação que, futuramente, poderá resultar em novos negócios e oportunidades”, destaca consultora do Sebrae/PR, Angélica Weirich.
Os expositores são de diversos segmentos como alimentação, construção, tecnologia, educação, beleza e saúde, moda e acessórios, comunicação, entretenimento, limpeza, negócios e outros serviços. Diversificação que, segundo o coordenador de desenvolvimento empresarial da Fecomércio PR, Rodrigo Schmidt, exige ainda mais capacitação e conhecimento dos possíveis franqueados.
“A vantagem de o empresário aderir a uma franquia está em trabalhar com um modelo de negócio que já se comprovou eficaz, além de contar com toda uma base de conhecimento e suporte nos mais diversos aspectos do empreendimento. Mas como em toda empresa, é necessário estar atento aos elementos comerciais do negócio, se aprofundar no conhecimento do mercado de atuação e estar atento aos aspectos gerais da economia”, adverte Rodrigo.
Ana Murakawa, de Londrina, vive essa experiência. Ao lado de um sócio, ela é franqueada da maior rede de escolas de formação tecnológica para crianças e adolescentes do Brasil, há três anos.
“Por ser uma franquia nova, que iniciou suas atividades como startup em 2015, eles ainda estavam em processo de aprendizagem, sem padrões consolidados. Por isso, pudemos participar da construção dos processos e contribuir para o rápido crescimento da rede. Perdemos de um lado, mas ganhamos no crescimento conjunto”, pondera.
Por isso, Ana acredita que o mercado de franquias é capaz de atender e satisfazer empresários de diferentes perfis, do mais arrojado ao mais conservador. “É preciso ter consciência do que se busca. Eu sabia que estava apostando numa franquia nova, que estava sendo construída ainda. Para quem pensa em investir em algo já consolidado, que não vai exigir muita participação, melhor seria uma franquia com mais tempo de mercado”, avalia.
Nesse sentido, o Salão vai contar com uma programação que contempla exposições virtuais de franquias; palestras, painéis e materiais com informações sobre o segmento; além de possibilitar conversas privadas entre possíveis franqueados e franqueadores.
Nos dois dias, cerca de cem marcas vão expor seus produtos e serviços e mais de 1,5 mil empreendedores são esperados. Para os interessados em conhecer mais sobre esse modelo de negócio, a participação será gratuita. Para realizar a inscrição, basta acessar o link e preencher o formulário. As vagas são limitadas.
Modelo de sucesso
De Maringá, a empresária Clau Amaral, estará presente no Salão de Franquias para tornar a marca conhecida, já que a empresa dela aderiu ao modelo novo de negócios, o franchising, recentemente – a primeira unidade negociada será inaugurada em Castanhal, no Pará. “Iniciamos organizando alguns procedimentos internos e com o apoio dos profissionais do Sebrae, franqueamos”, diz a empreendedora.
A empresa elabora projetos de paisagismo para empresas, residências, condomínios e edifícios. O objetivo é crescer em espiral e atingir no máximo 50 unidades. “Pretendemos alcançar pessoas de vários lugares, mesmo sem um perfil muito definido”, comenta Clau sobre a participação na feira.
De Curitiba, a empresária Jaqueline Borges também aproveitará para mostrar o seu negócio no Salão, nos dias 10 e 11 de setembro. Ela começou com vendas de porta em porta, mas seu desejo sempre foi ter uma loja física e há 15 anos ela o realizou.
“Foi a primeira loja a desmontar o biquíni. As mulheres podem vir até aqui e montar a moda praia do jeito que elas quiserem. Além disso, quis atingir outros padrões de beleza. Meu público é a mulher comum”, explica ela.
Com o crescimento de sua primeira unidade, ela buscou expandir sua marca e abriu uma franquia em Balneário Camboriú, cidade que considera como uma vitrine para o mundo. “Eu já tinha vontade de expandir a marca desde 2019, mas ainda não estava segura cem por cento. Depois veio a pandemia e nesse tempo eu refiz a persona da minha marca”, ressalta.
Ela passou a procurar uma pessoa com interesse de voltar ao mercado de trabalho e que tivesse condições de investir. Ao encontrar a pessoa, foi necessário um ano de negociação para encontrar o melhor lugar para investir.
Todo o acompanhamento de implantação da loja foi feito por Jaqueline, desde os trabalhos feitos pela arquiteta até o treinamento da equipe. “Eu vendi um modelo de negócio, de gestão que desenvolvi com base em técnicas de como treinar, como contratar, como atender o cliente, como implantar o protocolo de vendas que desenvolvi”, explica, destacando que os resultados da franquia têm sido muito positivos.
No Salão de Franquias, a empresária espera fazer negócios para abrir futuras unidades de sua marca. “Os bons resultados de faturamento dos primeiros 20 dias da franquia me deixaram super animada em participar do evento! Sei quem é minha persona e espero encontrar muitas pessoas que tenham interesse em investir nesse modelo de negócios”, finaliza.
Em todo o Brasil, segundo dados da ABF, existem mais de 156.798 mil unidades de franquias e quase 3 mil marcas atuantes, o que posiciona o Brasil como um dos maiores do mundo em termos de número de franquias. Somente em 2020, o mercado de franquias nacional faturou mais de 167 bilhões e as perspectivas para 2021 são ainda melhores: projeções preveem um aumento de faturamento na ordem de 8% em relação ao ano passado, além de uma expansão de 5% das redes.