Esportes de luta exigem cuidado e reforço muscular para o quadril

Com as Olimpíadas de Tóquio 2020 (2021), muitas pessoas acabam se inspirando para iniciar uma vida mais ativa e começam a fazer algum esporte. Grande parte dos escolhidos são os de luta, como Karatê e Muay Thai. Mas, para que não exista riscos de lesões e fraturas durante a nova atividade e os exercícios sejam executados da maneira correta, alguns cuidados são necessários, principalmente com o quadril, que recebe boa parte da carga de movimentos e força realizados pelo atleta.

Por ser o centro da gravidade do corpo humano, os quadris e a pelve devem ser muito bem trabalhados. De acordo com o médico da Sociedade Brasileira do Quadril, Carlos Galia, o atleta precisa ser orientado para melhorar sua performance de força, velocidade e consciência corporal nessa região. ‘‘O quadril e a pelve devem ser muito trabalhados do ponto de vista mecânico, com reforços da musculatura estabilizadora, musculatura pélvica e lombar’’, afirma o médico. Para ele, é assim que os atletas evitam possíveis lesões e fraturas.

Segundo o especialista da SBQ, lutas como o Karatê, por exemplo, exigem esse tipo de treinamento e cuidado com a região do quadril. ‘‘Quase todos os movimentos dependem dessa dinâmica para o golpe sair com potência e efetividade. Tanto socos quanto chutes têm sua ‘origem’ no movimento da cintura pélvica’’, diz Galia. ‘‘Por isso, alongamentos específicos para o quadril devem ser estimulados, respeitando sempre os limites de cada indivíduo’’, complementa o especialista.

Aos iniciantes da modalidade de luta, o médico indica cautela e alguns exames antes do preparo para a prática do esporte. ‘‘Cada pessoa deve ser avaliada individualmente para que o ortopedista possa detectar qualquer inabilidade para a prática da arte marcial’’, afirma. ‘‘Atletas iniciantes, sobretudo, deveriam ser examinados quanto a anatomia e morfologia do quadril em busca de alterações, como o impacto femoro acetabular, e pesar bem os riscos e benefícios dessa prática’’, destaca Carlos Galia.

Para quem já treina em alguma modalidade de esporte de luta, o médico destaca o cuidado. ‘‘Como as artes marciais pressupõem movimentos de grande amplitude, os limites de cada indivíduo devem ser respeitados, mas, acima de tudo, é preciso ter um acompanhamento médico e de um preparador físico para garantir a saúde do quadril e do corpo do atleta como um todo’’, conclui o especialista da SBQ.

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