O volume de módulos fotovoltaicos atingiu a marca de 4,88 GW no primeiro semestre de 2021, superando o volume do ano todo de 2020. Dentre os consumidores comerciais, o varejo, com destaque para os supermercados, é o setor que mais instala sistemas solares, com 38% das aparelhagens em atividade no Brasil. A informação é do “Estudo Estratégico – Geração Distribuída: Mercado Fotovoltaico”, da Greener, que trabalha com informações para guiar a transição energética no Brasil.
A pesquisa prova que mais de 74% das instalações comerciais foram direcionadas para essa categoria, evidenciando, assim, uma tendência considerada “natural” por Jessé Jaelson da Silva, sócio e diretor da Entec Solar, empresa de Curitiba que desenvolve tecnologia para energia fotovoltaica: “Os supermercados são locais ideais para a implantação de projetos com rápido ROI (retorno sobre o investimento) e alta capacidade de geração de energia, além de ser sustentável”.
Ele pontua que o aumento da demanda de sistemas de energia solar em supermercados se dá por causa do gasto de energia elétrica, que é o segundo maior desembolso de um varejista, atrás somente da folha de pagamento, representando um dispêndio de mais de R$ 3 bilhões no mercado. Os números são de um levantamento recente da Associação Brasileira de Supermercados – Abras.
Outro fator que contribui para os supermercados estarem na liderança do estudo é devido à “fama” do sistema solar: de ser uma energia limpa e sustentável. Considerando que o número de pessoas preocupadas com a saúde do meio ambiente também cresceu, muitas empresas estão investindo no marketing verde e sustentável, uma vez que ninguém quer ficar para trás nesta corrida. “Economia de energia, sustentabilidade e prazos de retorno são, na prática, as principais bandeiras do consumo consciente”, reforça Jessé Jaelson da Silva, salientando, ainda, que os supermercados são vistos como “excelentes” para o desenvolvimento de um projeto com energia solar. “Desde a facilidade e espaço para a instalação de placas solares, até pela economia com energia, que pode chegar a 95%: tal estabelecimento tem o perfil ideal para se transformar em uma microusina geradora de energia limpa”, reforça Jessé da Silva.
A Distribuidora Betel, supermercado localizado em Curitiba, é um exemplo: a opção pela energia fotovoltaica se deu em novembro de 2020. A conta de energia, que girava em torno dos R$ 1.800,00, caiu para a casa de R$ 300,00 com o novo sistema, uma redução de 83% na fatura. Para a instalação e habilitação do processo, foram gastos R$ 120 mil. Dado o preço da conta de luz e das altas tarifas de bandeira vermelha da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), acionadas por conta da crise hídrica, o retorno sobre o investimento será de três anos. Mas, não será preciso esperar 36 meses para ter a recompensa, afinal, “a economia mensal já chega aos clientes da empresa todos os dias”, garante o proprietário Paulo Fontoura: “revertemos a economia em preços diferenciados, ampliação da loja e contratação de funcionários, o que vai impactando no crescimento da empresa.”
Segundo o diretor da Entec Solar, normalmente, os supermercados são projetados com uma grande área de teto, o que facilita e permite a instalação de muitas placas solares, aumentando a capacidade de captação de luz solar e geração de energia.
Entre as vantagens de um sistema solar nos varejistas, além da economia, está a durabilidade: em média, os equipamentos têm vida útil de 25 anos com baixíssima necessidade de manutenção, o que reduz ainda mais os gastos.
A pesquisa da Greener demonstra, ainda, que as empresas de micro e pequeno porte são as que mais utilizam sistemas fotovoltaicos e que o financiamento bancário já está presente em 54% das vendas em 2021.
Saiba mais no Estudo Estratégico de Geração Distribuída 2021 | Mercado Fotovoltaico 1º semestre (greener.com.br)