Dados da Organização Mundial da Saúde – OMS apontam que o tabaco é responsável pela morte de 8 milhões de pessoas por ano, sendo que, desse total, mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto desse produto. Já 1,2 milhão de óbitos é decorrente de não-fumantes expostos ao fumo passivo. O tabaco não está relacionado apenas ao cigarro convencional, existem diversos produtos derivados, como o charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, tabaco para narguilé, dispositivos eletrônicos para fumar, entre outros.
O tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência da nicotina presente nos produtos à base de tabaco. O hábito de fumar contribui para o desenvolvimento de diversas doenças, como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras. O oncologista clínico Gustavo Vasili Lucas, do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP, explica que o tabagismo também é fator de risco para o desenvolvimento de alguns tipos de câncer. “A pessoa que fuma pode ser diagnosticada com câncer de traqueia, brônquios e pulmão, cólon e reto, cabeça e pescoço, estômago, bexiga, pâncreas, fígado, colo do útero, esôfago, rim e leucemia mieloide aguda.”
Estimativas do Instituto Nacional de Câncer – INCA apontam 30.200 novos casos para este ano, sendo 17.760 em homens e 12.440 em mulheres. Uma das melhores formas de prevenção é evitar o consumo de tabaco e manter o distanciamento de pessoas que fumam, evitando a exposição passiva. Assim como qualquer tipo de câncer, é fundamental o diagnóstico precoce. “Recomenda-se para aquelas pessoas que fumam há muitos anos e em excesso a realização anual de rastreamento com a Tomografia Computadorizada de Tórax com baixa dose de radiação (TCBD). Esses indivíduos deverão fazer o exame uma vez por ano durante o período de três anos. No entanto, para cada pessoa poderá existir uma recomendação diferente, seguindo as orientações do oncologista que faz o acompanhamento.”
Fumantes e a COVID-19
Há mais de um ano o mundo passa pela pandemia da COVID-19 que possui alta transmissibilidade e provoca síndrome respiratória aguda, sendo que algumas pessoas podem desenvolver um quadro mais grave da doença. De acordo com o INCA, o tabagismo é uma condição importante para complicações da COVID-19. Os riscos do tabagismo também estão relacionados ao contágio, uma vez que o ato de fumar proporciona contato dos dedos com os lábios, aumentando a possibilidade da transmissão do vírus para a boca. O INCA ainda alerta que como o coronavírus pode comprometer a capacidade pulmonar, o fumante possui mais chances de desenvolver sintomas graves da doença.
Importante: quando a pessoa para de fumar o risco de desenvolver diversas doenças diminui gradativamente e o organismo vai se restabelecendo. É fundamental procurar ajuda de um especialista para o sucesso desse processo.