Conceito criado por psicólogo na década de 90 pode ajudar professores a entenderem melhor as diferenças entre alunos e traçar novos caminhos para o aprendizado de todos
O que define se uma pessoa é, de fato, inteligente? Com crianças e adolescentes, em geral, os parâmetros usados são notas e desempenho escolar, adotando a prática de provas e resolução de desafios para escolher o mais inteligente da turma. O grande problema de um sistema que classifica as pessoas apenas por esse recorte é que, nesse caso, é levado em conta apenas um ou dois tipos de inteligência.
Segundo a teoria das inteligências múltiplas, criada pelo psicólogo Howard Gardner na década de 90, a inteligência não deve ser vista como uma só dimensão, e sim como algo que contempla uma série de áreas diferentes. Gardner defendia que a inteligência deve ser abordada por vários aspectos e que os indivíduos possuem diferentes tipos de mentes, apresentando assim diferentes inteligências: lógico-matemática, espacial, musical, linguística, interpessoal, intrapessoal e corporal-cinestésica.
A lista criada pelo psicólogo está longe de ser um consenso, mas educadores concordam em um ponto: existem diferentes maneiras de aprender e colocar os conteúdos em prática, fazendo assim com que os alunos apresentem diferentes formas de se mostrar inteligentes e atingir bons desempenhos. A dificuldade é proporcionar diferentes estratégias de ensino que contemplem essa diversidade em sala de aula.
Entender a fundo o que defende a teoria das inteligências múltiplas pode ser a chave para que professores compreendam porque alguns alunos possuem mais facilidade com a área de exatas e outros com a de humanas, permitindo assim que se tracem novos caminhos para o aprendizado e se obtenha melhores resultados dos estudantes.
De acordo com a gerente de avaliações do Sistema Positivo de Ensino, Rita André, as pesquisas no campo da neurociência, das habilidades cognitivas e das habilidades socioemocionais estão diretamente relacionadas às inteligências múltiplas, demonstrando a importância dos educadores dominarem esse conhecimento para, a partir daí, disponibilizarem novas maneiras de planejarem, executarem suas aulas e, principalmente, de avaliarem o aprendizado adquirido pelos estudantes. “Quando os alunos são estimulados a desenvolver novas habilidades e potencializar as que já possuem, por meio de aulas dinâmicas e menos expositivas, voltadas para o desenvolvimento das inteligências múltiplas e o aprimoramento das suas habilidades, o resultado é mais abrangente do que no modelo de aprendizado tradicional”, explica Rita.
A mudança no mundo como um todo fez surgir uma nova necessidade educacional: a de formar indivíduos que estejam prontos, sob o ponto de vista das habilidades e competências socioemocionais, para corresponder ao que o mundo e o mercado exigem das pessoas nas suas relações pessoais e dos profissionais em seus trabalhos e carreiras. Para cumprir com esse papel, as escolas precisam entender que os alunos aprendem de forma diferente, levando em consideração outras habilidades e começando a valorizá-las.
Para a educadora, a maneira mais eficaz de se trabalhar com a teoria das inteligências múltiplas é tentar estimular todas as habilidades potenciais – e também as mais frágeis – dos alunos quando se está ensinando um mesmo conteúdo. Isso, segundo Rita, deve se dar por meio de diferentes maneiras, ou seja, utilizando as Metodologias Ativas, despertando o prazer do aprendizado no aluno. “É importante que o educador tenha uma visão integral de cada estudante e valorize a multiplicidade e a diversidade das atividades desenvolvidas em sala de aula, a fim de atender e desenvolver as múltiplas inteligências existentes nesse contexto”, reforça.
Para que isso seja possível e colocado em prática, o ensino deve ser cada vez mais personalizado. Para Rita, o professor deve ter a capacidade de compreender as competências e os interesses que os alunos possuem. “O maior desafio é conhecer cada estudante como ele realmente é, saber o que ele é capaz de fazer e centrar a educação nas capacidades, forças e interesses dessa criança ou jovem. O professor que desenvolve o trabalho a fim de promover as inteligências múltiplas nos alunos deve continuamente mudar o método de ensino, ou seja, de linguístico para corporal ou para musical, entre outros. Assim, os alunos desenvolvem as competências de forma mais significativa”, explica. Segundo a educadora, é fundamental também que o professor desenvolva com os alunos experiências de caráter prático e não apenas teórico. “É no contexto da sala de aula que o docente observa e identifica os problemas ou dificuldades dos seus estudantes, bem como as suas aprendizagens. Tudo isso vai permitir um melhor conhecimento sobre eles e melhores resultados para todos”, acrescenta.
Sobre o Sistema Positivo de Ensino
É o maior sistema voltado ao ensino particular no Brasil. Com um projeto sempre atual e inovador, ele oferece às escolas particulares diversos recursos que abrangem alunos, professores, gestores e também a família do aluno com conteúdo diferenciado. Para os estudantes, são ofertadas atividades integradas entre o livro didático e plataformas educacionais que o auxiliam na aprendizagem. Os professores recebem propostas de trabalho pedagógico focadas em diversos componentes, enquanto os gestores recebem recursos de apoio para a administração escolar, incluindo cursos e ferramentas que abordam temas voltados às áreas de pedagogia, marketing, finanças e questões jurídicas. A família participa do processo de aprendizagem do aluno recebendo conteúdo específico, que contempla revistas e webconferências voltados à educação.