O linfoma é um câncer do sangue que tem origem nas células do sistema linfático, desenvolvendo-se em linfonodos – chamados popularmente de gânglios linfáticos – encontrados em diferentes partes do corpo humano, principalmente no pescoço, axila e virilha. O médico hematologista Sérgio Padilha, do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP, explica que existem dois tipos de linfomas: o linfoma de Hodgkin e o linfoma não-Hodgkin, sendo diferenciados pelos tipos de células encontradas, pelo comportamento biológico existente e pela resposta aos tratamentos realizados. O linfoma de Hodgkin corresponde a cerca de 11% de todos os linfomas. Sua maior incidência é em adolescentes, adultos jovens e idosos na faixa de 60 anos. Já o linfoma não-Hodgkin é o mais comum entre os linfomas e corresponde a 40% dos tumores. Costuma acometer idosos com idade média de 64 anos.
Estimativas do Instituto Nacional de Câncer – INCA apontam para cada ano do triênio 2020/2022 o diagnóstico no Brasil de 12.030 novos casos de linfoma não-Hodgkin (6.580 em homens e 5.450 em mulheres). Esses valores correspondem a um risco estimado de 6,31 casos novos a cada 100 mil homens e 5,07 para cada 100 mil mulheres.
Mutação genética
Segundo o especialista, a maioria dos casos de linfomas tem sua origem desconhecida, porém uma das causas principais é o resultado de mudanças nos genes presentes nas células ou no DNA, resultando na morte celular ou atrapalhando a divisão das células do organismo. Outro fator a ser levado em consideração é quando se tem familiares já diagnosticados com a doença.
Como em outros tipos de cânceres, os linfomas possuem altos índices de cura, porém, quanto mais cedo diagnosticados, melhores serão os resultados. “A taxa de cura é grande, porém é de extrema importância que as pessoas fiquem atentas aos principais sintomas”, aponta Dr. Sérgio Padilha.
Fique atento aos sintomas
Caso a pessoa apresente sinais como, por exemplo, cansaço ou fraqueza, febre, sudorese noturna, perda de peso sem motivo aparente, dores no corpo, coceira na pele e verificar o surgimento de nódulos no corpo, deve procurar imediatamente um médico para que este indique ao especialista da área.
Saiba quais os principais sintomas em diferentes regiões do corpo:
. Pescoço, axilas e virilhas: presença de ínguas indolores;
. Tórax: o paciente pode manifestar tosse, falta de ar e dor torácica;
. Pelve e abdômen: sensação de estômago cheio e distensão abdominal;
Tratamento
Alguns linfomas são pouco agressivos, com boas chances de cura, enquanto outros necessitam de tratamento imediato com a utilização imunoquimioterapia, onde se utiliza um anticorpo monoclonal (imunoterapia) associado à quimioterapia, com ou sem radioterapia associada. Em casos mais raros, pode ser necessária a realização de transplante de medula óssea, por exemplo, e também o tratamento com radioterapia. A chance de sucesso do tratamento depende de alguns fatores, como a idade do paciente e, principalmente, o estágio em que a doença é diagnosticada.
Prevenção
Adoção de hábitos saudáveis continua sendo uma das principais formas de prevenção. Alimentação saudável aliada à prática de exercícios físicos, por exemplo, pode reforçar as defesas do sistema imunológico e auxiliar na proteção para evitar o desenvolvimento dos linfomas.