Os avanços para humanidade com a inteligência artificial quântica

(*) Armando Kolbe Junior

A Inteligência Artificial (IA), ao contrário do que se pensa, não é nenhuma novidade pois desde a década de 1970 já existiam publicações científicas e pesquisas sobre o assunto. Entretanto, recentemente, entrou novamente em evidência, principalmente frente ao constante aumento na transição de dados no mundo digital e aos avanços no ramo da computação, que vêm possibilitando o desenvolvimento de uma IA muito mais avançada e a um custo substancialmente menor. Além disso, batendo às nossas portas, surge a tecnologia 5G que irá proporcionar uma revolução mundial.

A autoria de uma frase profética sobre IA é atribuída a Stephen Hawking, conhecido físico britânico, falecido em 2018: “O desenvolvimento completo da IA poderia significar o fim da raça biológica lenta, não poderiam competir e seriam substituídos”.

Obviamente não podemos afirmar que a humanidade caminhará para isso, porém os avanços que ocorrem no campo da inteligência artificial provocam cada vez mais reflexões sobre esse tema.

Deep learning (aprendizagem profunda), reconhecimento de imagem, processamento de linguagem natural, machine learning (aprendizado de máquina) e redes neurais, comumente utilizados em interações com os seres humanos, desde chatbots para atendimento virtual a clientes, reconhecimento facial nas redes sociais e anúncios personalizados, além de inúmeras outras aplicações que podem proporcionar oportunidades para geração de negócios pelas empresas.

A computação quântica pode ser taxada como, algo muito distante, mas, se nos atentarmos para a Lei de Moore, onde a capacidade de processamento dos computadores dobra a cada 18 ou 24 meses, veremos a possibilidade de o gigantesco volume de dados do mundo digital ser processado eficientemente por algoritmos de IA.

Recentemente, em 2019, o Google em parceria com a NASA, anunciou ter atingido a Supremacia Quântica, projeto denominado Sycamore, quando um computador quântico supera o computador clássico em sua capacidade de processamento. A IA fazendo uso da computação quântica pode ser algo futurista, mas sem dúvida é um salto na capacidade das máquinas raciocinarem.

Vamos entender um pouco da computação quântica: Um computador clássico faz uso do conhecido sistema binário, representado pelo 0 ou 1, ou seja, ligado ou desligado, na representação interna de qualquer informação dentro dos bits, que são a unidade básica de processamento de um computador clássico.

Na computação quântica esses bits viram qubits e conseguem ser 0 e 1 ao mesmo tempo, desempenhando funções paralelas que uma máquina usual só desempenha vagarosamente, ou seja, uma de cada vez. Para entendermos qual a principal diferença, o computador do Google conseguiu realizar em três minutos um cálculo que o supercomputador mais potente da atualidade levaria 10 mil anos para executar.

O funcionamento desses qubits não são simples de entender, pois ainda não estamos acostumados a racionar desse modo sobre as diferenças dessas tecnologias. Se programarmos um computador clássico para encontrar uma certa palavra em todos as publicações do mundo, será feita de forma sequencial, publicação por publicação. Já em um computador quântico, essa busca pode ocorrer de forma simultânea em todas as publicações.

Logo, esta tecnologia estará ao alcance de todos nós, mas, ainda precisamos barateá-la e torná-la mais útil e acessível. Outra é que atualmente um computador quântico tem de ser mantido a uma temperatura cerca de 180 vezes mais fria do que o espaço sideral para não superaquecer.

Várias serão as aplicabilidades no campo da IA. Só o fato de podermos utilizar a quantidade inimaginável de dados que geramos todos os dias de maneira mais eficiente caminhamos para novos horizontes. Poderemos controlar os meios de transporte de forma simultânea em uma cidade ou país, otimizando milhões de deslocamentos e eliminando o problema de tráfego. Na ciência pura, há aplicações que vão desde possíveis avanços na física de partículas até passos além na química, com o uso do big data. São possibilidades quase infinitas, inclusive a criação autônoma de robôs inteligentes por meio de outras máquinas inteligentes.

Com essas possibilidades podemos refletir sobre a profecia de Stephen Hawking, onde a IA irá ultrapassar o ser humano em múltiplas habilidades, muito mais do que aquelas contas realizadas pelas máquinas tradicionais. Além disso, os computadores estarão criando, pensando ou até sentindo e tendo consciência.

Nas décadas de 1950 e 1960, poucos poderiam antever o que conseguimos avançar, mas antes de criarmos barreiras devemos apostar nos benefícios que advirão dessas inovações.

(*) Armando Kolbe Junior, coordenador do Curso de Gestão de Startups e Empreendedorismo Digital do Centro Universitário Internacional UNINTER

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