A reconstrução mamária é um direito da mulher e deve fazer parte do tratamento do câncer de mama. Em 2015, apenas 29,2% das pacientes brasileiras submetidas à mastectomia pelo SUS tiveram acesso à reconstrução, segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia.
Algumas mulheres com câncer de mama em estágio inicial podem escolher entre a cirurgia conservadora da mama e a mastectomia, que consiste na retirada de toda a mama.
O procedimento de reconstrução para restaurar a aparência da mama é feito, na maioria dos casos, ao mesmo tempo que a mastectomia. “Quando se realiza uma mastectomia total, o ideal é que a paciente procure fazer a reconstrução mamária imediatamente, quando possível na mesma cirurgia, por meio de técnicas de cirurgia plástica, mas, quando não for possível, poderá ser feita meses depois”, explica o cirurgião plástico Bruno Legnani. “É preciso analisar diversos aspectos, como o tamanho e a quantidade de pele a ser retirada, para restaurar a forma e a aparência após a mastectomia”, completa.
A cirurgia faz uma reconstrução relativamente natural e o resultado final pode ser muito satisfatório, minimizando o impacto físico e psicológico da paciente. “É possível comparar o resultado com o de uma redução de mamas. O tamanho da cicatriz depende basicamente da cirurgia que foi feita para retirar o câncer”, explica. A reconstrução da mama é um procedimento físico e emocionalmente gratificante para a mulher que sofreu um câncer. “Uma nova mama pode melhorar radicalmente a autoestima, a autoconfiança e a qualidade de vida”, finaliza o especialista.
De acordo com um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) com base em dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), apenas 20% das 92,5 mil mulheres que fizeram a cirurgia de mastectomia para tratamento do câncer de mama, entre os anos de 2008 e 2015, passaram pelo procedimento de reconstrução mamária.
Sobre Bruno Legnani:
O médico cirurgião plástico Bruno Legnani possui título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), tem residência médica em cirurgia plástica e microcirurgia pelo Instituto Nacional do Câncer e fellow internacional em cirurgia plástica estética na Akademikliniken, na Suécia.