As telas, próteses cirúrgicas utilizadas em procedimentos de reparo de hérnias abdominais, reduziram o risco de retorno da doença em 80%. Antigamente, quando a cirurgia era feita apenas com a sutura (pontos) o risco de recidiva chegava a 10% e, atualmente, com o uso das próteses, os índices são de 1% a 2%.
De acordo com o cirurgião e presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia, a principal função da tela é promover um reforço na região da parede abdominal. “A recidiva acontecia, antes da tela, devido à tensão nos músculos no local da cirurgia. Hoje, a utilização de próteses fortalece os tecidos naturais do paciente evitando nova abertura nos músculos”, explicou.
As telas são amplamente utilizadas, elas lembram um pedaço de tecido, bem resistente. O vice-presidente da SBH e cirurgião, Marcelo Furtado, explica que elas são desenvolvidas com materiais biocompatíveis. “Normalmente são incorporados pelo organismo do paciente ficando ali de forma permanente definitiva e sem causar reações adversas, como alergias ou qualquer outro sintoma”.
O implante também não causa problemas em necessidade de nova cirurgia no mesmo local, de acordo com o diretor da SBH, cirurgião Gustavo Soares. “Por exemplo, mulheres que tiveram hérnia incisional (no local de uma cicatriz) após uma cesárea podem ter outro filho com o mesmo tipo de parto mesmo com o uso da tela”. O risco da recidiva, apesar de baixo, sempre existe.
O QUE É UMA HÉRNIA – As hérnias da parede abdominal atingem aproximadamente 20% dos brasileiros. São aberturas ou fraquezas na musculatura do abdome pelo qual os porções dos órgãos intraabdominais ou de gordura podem atravessar. O local de passagem do cordão umbilical é um exemplo de região de fragilidade, onde ocorrem as hérnias umbilicais.
Entre os sintomas comuns está o aumento de um volume na região, causando um abaulamento (bola) na forma do abdome, associado a dor ou desconforto local.
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