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Diabetes mellitus: prevenção e controle pode evitar mortes

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Patrícia Rondon Gallina (*)

Atualmente existem cerca de 463 milhões de pessoas com diabetes no mundo, onde o Brasil aparece como quarto país com maior prevalência de diabéticos. Cerca de 90% dos portadores da doença possuem a Diabetes mellitus tipo 2, justamente o tipo que pode ser prevenido.

Embora esta doença seja conhecida e esteja entre as 10 patologias que mais causam mortes em pessoas de qualquer idade, ainda é muito negligenciada pela população, motivo que levou a Organização Mundial da Saúde e a Federação Internacional de Diabetes a criarem o “Dia Mundial do Diabetes” que é comemorado no dia 14 de novembro, de modo a alertar e conscientizar a sociedade sobre a importância da sua prevenção e tratamento.

Mas afinal o que é Diabetes mellitus? Este é o nome dado a uma doença provocada pela falta de insulina ou ainda pela incapacidade do organismo de utilizá-la adequadamente. A insulina é o hormônio produzido no pâncreas que é responsável por levar a glicose que está no sangue para o interior das células para que seja usada como fonte de energia para os processos de funcionamento do corpo. Muitos associam a insulina a ingestão de doces, porém é importante lembrar que os doces não são os únicos alimentos ricos em açúcar. Pão, arroz, batata e massas são outros exemplos de alimentos que possuem alto índice glicêmico e que podem favorecer o desenvolvimento da diabetes.

Antes de falarmos sobre como prevenir, diagnosticar e tratar a doença é importante compreendermos os principais tipos e suas particularidades. De acordo com o Ministério da Saúde a diabetes pode ser classificada como Diabetes mellitus tipo 1, Diabetes mellitus tipo 2 e Diabetes Gestacional.  A diabetes tipo 1 possui menor prevalência e se desenvolve porque o organismo não produz insulina de forma adequada, motivo pelo qual nestes casos a doença é diagnosticada já na infância e adolescência. A tipo 2 é a mais comum e atinge especialmente os adultos pois está associada aos hábitos de vida como alimentação, sedentarismo e excesso de peso. A gestacional está relacionada com as mudanças hormonais que ocorrem neste período e que podem reduzir a ação da insulina. Esta condição pode ou não persistir após a gestação.

A diabetes pode ser facilmente diagnosticada com base nos níveis de glicose plasmática por meio de exames laboratoriais. Seu tratamento é realizado através de medicamentos capazes de regular os níveis de glicose. No Brasil, o SUS (Sistema Único de Saúde) fornece gratuitamente à população diversos medicamentos para o tratamento como metformina, glicazida, glibenclamida, insulina regular e NPH.

Entre os sintomas mais comuns estão perda de peso, sede intensa, urina em excesso, fraqueza, sonolência e dificuldade na cicatrização de feridas. Quando não controlada é capaz de evoluir para sintomas mais graves como insuficiência renal, doenças cardiovasculares, cegueira e amputação dos membros inferiores.

Ressaltamos que diversos estudos mundiais apontam a modificação do estilo de vida, por meio da prática de atividade física e alimentação regular, como principal fator para controle, prevenção ou retardo para o aparecimento de diabetes.

Para te ajudar a manter uma vida saudável sugerimos cinco intervenções recomendadas pela Federação Internacional de Diabetes. Reduzir a ingestão de refrigerantes, bebidas adoçadas e sucos de frutas; comer pelo menos três porções de vegetais e frutas frescas diariamente; escolher gorduras insaturadas como azeite de oliva, óleo de milho e óleo de girassol ao invés de gorduras saturadas como manteiga e gordura animal; substituir a ingestão de carnes vermelhas ou processadas por cortes magros de carne branca, peixes e aves; e substituir o consumo de pão branco, massas e arroz branco pelas mesmas opções na versão integral.

*Patrícia Rondon Gallina é farmacêutica, mestranda em Ciências Farmacêuticas e professora do Centro Universitário Internacional Uninter

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