Rodrigo Braga completa trilogia de álbuns com o intenso “Quarentena”

Cantor, compositor, multi instrumentista, arranjador e produtor, Rodrigo Braga completa uma trilogia de discos onde reflete sobre questões filosóficas, sociais, de saúde mental e políticas no afiado álbum “Quarentena”. Fruto da crise sanitária que não omite em seu título, o novo trabalho do artista mescla música brasileira e rock, com pitadas de soul e ritmos regionais para dialogar com os dilemas do Brasil contemporâneo e em sintonia com as diversas fases de uma carreira plural.

“Quarentena” sucede os bem-recebidos “Nesse Momento” (2018) e “Despanorama” (2019), álbuns que vieram para coroar uma trajetória na música que passa desde a cena independente até grandes nomes do cenário nacional. Unindo liricamente os três álbuns está o tempo. Presente, passado e futuro – não necessariamente nessa ordem – surgem nas letras. A produção em isolamento, porém, não fazia parte dos planos da trilogia de discos solo de Rodrigo Braga.

“Esse álbum é um gatilho para celebração do modo como venho trabalhando ao longo dos anos produzindo minha própria música e álbuns para outros artistas: sozinho. Digo ser um gatilho pois antes da pandemia estava em crise por trabalhar desse modo, ansiando por modificar esse quadro. Mas durante a quarentena isso não foi possível, daí tive que aceitar o fato de que o trabalho homérico envolvendo composição, arranjo e execução de todos os instrumentos não era uma tarefa que qualquer um dá conta, mas eu dou”, reflete o multi instrumentista.

Cria de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, Rodrigo tem a música como parte de sua vida desde a infância e sua vivência artística passou por diversos movimentos de resistência e política, que surgem tão fortes em seu novo trabalho. 

Destaque na cena do subúrbio no fim dos anos 90 com a banda Caixa Preta, o artista trabalhou como professor de música no Grupo Cultural AfroReggae e na Companhia de Teatro do projeto Galpão Aplauso, e foi um dos idealizadores do projeto Gonça nas Comunidades, levando oficinas de percussão e instrumentos musicais aos CEMASIs e Escolas Públicas da Rede Municipal e Estadual.

Além disso, Rodrigo Braga traz em sua trajetória a experiência nos palcos ao lado de Luiz Melodia, Gabriel o Pensador, Almir Guineto, Moacyr Luz, Vander Lee e Jair Rodrigues, ampliando sua versatilidade como artista e produtor, indo do piano bar à música de concerto, passando pelo hip hop e rock.

Durante os últimos seis anos, Rodrigo Braga produziu completamente sozinho em seu estúdio pessoal os álbuns da poeta Aline Guimarães, da banda Rádio Nuvem, da cantora Mariã, de Leila Maria (artista finalista do The Voice+) e do cantor e compositor Fagundeez, além da versão pra rádio de “É tudo que eu quero ter” de Vanessa da Mata e seus próprios álbuns. 

Agora, ele volta essa produção de alto padrão para as suas próprias canções, dando forma a provocações líricas que parecem crônicas de uma geração inteira – desesperançosa com o futuro, exausta de tanto trabalho e frustrada por não conseguir comprar, ser, crescer.

“Minha inspiração para esse novo álbum é a mesma que vem norteando meu trabalho nos lançamentos anteriores: a temática social e política, a realidade humana contemporânea. O que venho tentando elocubrar com minhas letras é justamente reflexão para a saída desse quadro de trevas onde nos metemos. Durante a quarentena não tivemos saída e encaramos o ápice dos absurdos humanos a qual ficamos submetidos. Quarentena – o EP – celebra o recomeço e o expurgo depois de ter vivido e sobrevivido à pandemia”, resume Rodrigo.

O novo trabalho está disponível em todas as plataformas de música.

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