Uso de máscaras deve ser mantido; modelo cirúrgico é mais eficaz do que modelo N95, indica estudo

Pesquisadores da PUCPR avaliaram a eficácia dos artefatos contra bioaerossóis, como tosse e espirros

Uso de máscaras deve ser mantido; modelo cirúrgico é mais eficaz do que modelo N95, indica estudo
Máscaras Divulgação

Apesar do avanço da vacinação no Brasil e da crescente queda do número de casos de Covid-19 no país, os cuidados preventivos relacionados à doença ainda precisam ser mantidos, entre eles o uso de máscara em espaços fechados. Com isso em mente, pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Odontologia (PPGO) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em parceria com pesquisadores da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP)  – através do Núcleo de Estudos Avançados em Revisão Sistemática e Meta-análises (NARSM), realizaram estudo para avaliar a eficácia dos artefatos contra bioaerossóis, como tosse e espirros, em espaços como salas de espera de consultas e exames em instituições de saúde.

A pesquisa indicou que o uso de máscara cirúrgica pela fonte do aerossol, isto é, a pessoa que tosse ou espirra, atinge um nível de proteção maior do que o uso do respirador do modelo N95 pelo receptor, ou seja, quem é atingido pelos bioaerossóis. O que os dados sugerem é que as máscaras cirúrgicas tradicionais são úteis na prevenção da transmissão de doenças respiratórias, como o novo coronavírus, quando usadas pela pessoa infectada.

“Em um ambiente de 27 metros cúbicos [m³] ocupado por cinco pessoas, embora o respirador N95 promova uma maior filtração, as máscaras cirúrgicas pareceram ser mais eficazes na redução da liberação de bioaerossol, principalmente em razão do ajuste e vedação da máscara ao rosto da fonte. Por isso, durante a atual pandemia, o uso de máscaras com menor poder de filtragem por todas as pessoas presentes no ambiente é mais eficaz na redução do risco de exposição do que o uso de respiradores com alto poder de filtragem para apenas uma parte das pessoas no meio ambiente”, explica Odilon Guariza-Filho, professor do curso de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e um dos responsáveis pelo estudo.

A vedação na face de quem utiliza a máscara, portanto, é o principal fator de proteção. De nada adianta utilizar um modelo cujo material ofereça uma boa barreira de proteção se o artefato estiver “frouxo” no rosto. O estudo não considerou máscaras de pano.

“Nossa recomendação é de que as pessoas sigam usando máscaras, especialmente nas cidades onde o cenário de aglomeração segue sendo percebido, até termos mais segurança. Vale ressaltar, contudo, que a adaptação do artefato da maneira correta e a ventilação do ambiente, quando possível, são pontos que devem ser somados à utilização das máscaras”, completa Guariza-Filho.

Metodologia – Para realizar o trabalho, os pesquisadores lançaram mão da metodologia de revisão sistemática. Significa que eles utilizaram as principais bases de dados eletrônicas que armazenam artigos científicos da área de saúde, a fim de encontrar todos os trabalhos já publicados sobre essa temática, incluindo teses, dissertações e monografias. Após analisar 4,8 mil referências, foram selecionados 13 artigos para a determinação do resultado.

O estudo foi publicado no International Archives of Occupational and Environmental Health, importante periódico médico sobre saúde ocupacional e ambiental, e pode ser acessado aqui: https://link.springer.com/article/10.1007/s00420-021-01775-y.

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