60% dos projetos para ecossistemas de saúde desenvolvidos pela Bioeng estão no interior do estado
A bioengenharia é uma tendência crescente no mercado de construção civil há alguns anos, assim como a desospitalização de procedimentos médicos. No interior do Paraná essa é uma realidade crescente. Somente a BIOENG executou seis novos projetos recentemente em cidades como Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Medianeira, Pato Branco e Ponta Grossa. Nos últimos dois anos foram mais de 200 mil metros quadrados de área construída e aproximadamente R$ 2,5 bilhões em investimentos, sendo R$ 1,5 bilhões só no interior paranaense.
O mestre em Engenharia Biomédica e PhD em Gestão de Saúde Norton Mello, CEO da BIOENG Projetos, afirma que isso demonstra a força do crescimento dos investimentos em saúde no interior e o avanço do mercado de edificações flexíveis, que são aquelas que prezam pela humanização dos ambientes e pela racionalização do uso dos leitos, que são capazes de abrigar qualquer atividade de saúde e bem-estar.
O especialista explica que, no caso dos hospitais, é necessário planejar espaços mais flexíveis que permitam alterações imediatas de reestruturação dos serviços de atenção à saúde, observando ainda questões de fluxos de pessoas, insumos e resíduos, análise de riscos, isolamentos, permeabilidade biofílica, sem perder a produtividade dos ambientes.
“Os projetos hospitalares e de clínicas deverão cada vez mais apresentar soluções para aumentar a iluminação e ventilação naturais, tornando os edifícios menos dependentes de fontes artificiais de energia e poupando preciosos recursos. Com esse foco em sustentabilidade, deve-se ainda pensar em uma estrutura que permita redução de gastos fixos, como água e energia, que aumente a produtividade e o acolhimento dos usuários”, destaca Mello.
O CEO ressalta que nos últimos anos os investidores descobriram o
o potencial do interior do estado, pois há uma grande carência de serviços na área da saúde em muitas cidades, ao passo que na capital, a concorrência vem cada vez mais aumentando. “E existem ainda os custos fixos que nas cidades menores tendem a ser mais atrativos também”, pontua.
MAIS OPORTUNIDADES DE TRABALHO
O investimento em projetos de bioengenharia na área da saúde deve oferecer a possibilidade de aumento da produtividade para os profissionais alocados no interior e novas clínicas instaladas. Isso deve permitir a prática de especialidades de alta performance, além de gerar ainda mais oportunidades no segmento de saúde.
Segundo dados da Confederação Nacional da Saúde (CNSaúde), em 2021 houve uma alta de 173,8 mil vagas no setor, que está entre os principais geradores de emprego na economia. Esse crescimento se deve a diversos fatores, como o aumento da busca por bem-estar e com o aumento da população idosa.
Com a bioengenharia é possível estabelecer uma conexão multissensorial entre os ambientes e as emoções das pessoas, além de estimular habilidades físicas, cognitivas e sociais, tornando a experiência aos pacientes e profissionais muito mais seguras. Isso tem pressionado uma mudança na forma de se pensar as construções na área da saúde e as cidades do interior são exemplos pioneiros desse movimento de mercado.
Norton Ricardo Ramos de Mello
Norton Ricardo Ramos de Mello é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com mestrado em Engenharia Biomédica pela Universidade Tecnológica Federal Do Paraná (UTFPR), PhD. Healthcare Management – Senior Living, pela Florida Christian University, Orlando, FL – USA. É CEO da Bioeng Projetos e já desenvolveu mais de 1,5 milhão de m² em projetos na área de saúde e bem-estar. É professor de cursos de pós-graduação no Brasil, professor convidado no curso de Mestrado em Healthcare Services FCU, Orlando, FL, USA.
Mello é também autor de seis livros sobre Planejamento e Projetos de Edificações de Saúde, entre eles o Senior Living, lançado no primeiro semestre de 2020. Membro da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica, da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar e da International Federation of Hospital Engineering.