A coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia do Grupo Neocenter/Belo Horizonte, Roberta Soares Clark: “na UTI Neonatal, o fonoaudiólogo trabalha para possibilitar que o bebê tenha uma alimentação eficiente, no que diz respeito à sua nutrição segura”
No dia 09 de dezembro comemora-se o Dia do Fonoaudiólogo, profissão que se solidifica cada vez mais na área da Saúde, devido a sua importância na assistência a pacientes de diversas comorbidades e faixas etárias, principalmente, agora, durante a pandemia, quando este profissional vem sendo mais requisitado para o tratamento dos pacientes pós COVID. Sua área de atuação é enorme, passando pela clínica à atenção especializada, como, por exemplo, na UTI Neonatal, para que o recém-nascido tenha uma recuperação mais rápida e segura.
A Fonoaudiologia é uma ciência da área da Saúde que pesquisa, previne, avalia e trata as alterações presentes em vários setores. A profissão é mais conhecida no tratamento de disfunções da voz e da fala, mas o fonoaudiólogo atua em outras áreas, como da linguagem, problema educacional, no tratamento da disfagia, da gagueira, da recusa e seletividade alimentar e de queimados, entre outras. Ele trabalha em hospitais, consultórios, clínicas, postos de saúde e no domicílio do paciente.
A coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia do Grupo Neocenter/Belo Horizonte/MG, Roberta Soares Clark, que trabalha juntamente com a colega Aline da Silva Cornélio Nascimento, destaca que o Dia do Fonoaudiólogo é uma data muito importante para conscientizar a população das diferentes áreas de atuação deste profissional, entre elas, seu papel em uma UTI Neonatal.
Estímulos – Na UTI Neonatal, “o fonoaudiólogo trabalha para possibilitar que o bebê tenha uma alimentação eficiente, no que diz respeito à sua nutrição segura”, informa a fonoaudióloga Roberta Clark, ao destacar que o aleitamento materno, sempre que possível, é priorizado. “Dentro dessa atuação, o treinamento e a orientação da equipe também acontecem”.
Em uma UTI Neonatal, “encontramos bebês a termo (nascidos dentro de um período esperado), bebês prematuros, bebês típicos (dentro de um padrão dito normal), bebês com síndromes diversas e/ou com alguma malformação. Tendo em vista uma população tão variada, não podemos esperar que todos apresentem, ao nascimento, todos os reflexos esperados, como o de procura (quando o estímulo toca os lábios do bebê), o de sucção, os de proteção (GAG, tosse) e o de deglutição, dentre outros. Nem todos os bebês apresentam ritmo e/ou força de sucção adequados. Nesse sentido, o fonoaudiólogo intervém para auxiliar no desenvolvimento desses reflexos”.
A solicitação deste especialista para atuar na UTI Neonatal é feita pela equipe médica desse setor, de acordo com a sua avaliação e das informações fornecidas pelos demais profissionais que assistem o recém-nascido.
Estabilidade clínica – De acordo com Roberta Clark, a atuação fonoaudiologia acontece mesmo antes da introdução da via oral, através de estímulo da sucção não nutritiva e da definição, junto da Fisioterapia, de um posicionamento que seja mais confortável e que favoreça o desenvolvimento do bebê.
“A estabilidade clínica é o primeiro passo para iniciarmos nosso atendimento. É quando o bebê tem condições de ser estimulado, sem que o estímulo o desorganize a ponto de acontecer alguma intercorrência”, destaca a fonoaudióloga, observando que “nem sempre o recém-nascido tem condições de ter uma via oral segura e eficiente no início da sua vida. A sonda para alimentação entra de forma a garantir que ele receba todos os nutrientes necessários ao seu desenvolvimento até que ele tenha condições de sugar. A retirada da sonda depende do desenvolvimento de cada bebê, do momento em que ele tem coordenação entre as funções de sucção, deglutição e respiração, além da capacidade de sugar todo o volume que precisa para crescer saudável”.
Além deste atendimento, informa, junto com a equipe da UTI Neonatal, o fonoaudiólogo ajuda na definição de uma via alternativa de alimentação, se esta for necessária”.
Trabalho conjunto – Conforme informa Roberta Soares Clark, durante a internação do bebê, os pais também são orientados e treinados para que aprendam a lidar com o filho durante o período de internação e após alta hospitalar.
A atenção ao recém-nascido em uma UTI Neonatal é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, fonoaudiólogos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e assistente social, com apoio de outros setores, como Recepção, Farmácia, Material, Limpeza e Serviço Administrativo, todos tão envolvidos no bem-estar dos pacientes e familiares”.
“Ninguém trabalha sozinho. Todos os diferentes olhares dos profissionais se unem em prol de um pequeno guerreiro, que tem toda uma estória a ser construída, conclui”.