Maioria vê aumento nos gastos com volta ao trabalho presencial

De acordo com pesquisa realizada pela Ticket com mais de 700 trabalhadores, apesar de 53% dos respondentes estarem satisfeitos com o retorno ao trabalho presencial, a maioria revelou que a nova rotina está gerando mais custos em comparação ao modelo de trabalho remoto. Segundo o levantamento, 55% dos participantes apontaram aumento nos gastos com mobilidade, alimentação e vestuário.

Quando questionados se o retorno à empresa causou algum impacto na produtividade, 49% disseram que não sentiram qualquer mudança, enquanto 33% sentiram que a produtividade aumentou e apenas 18% revelaram que ela diminuiu. Já em relação aos efeitos da atuação presencial na jornada de trabalho, 51% não observaram nenhuma mudança, 30% disseram que estão trabalhando mais, pois voltaram a fazer horas extras para atender todas as demandas, e 19% disseram que estão trabalhando menos do que quando estavam em casa.

A respeito da adaptação à nova rotina, entre os respondentes que têm filhos e que, durante o período remoto, precisaram conciliar trabalho e cuidados com a família, 64% disseram que precisaram se adaptar com a rotina no início do home office e que agora, no momento da retomada presencial ou modelo híbrido, nova adaptação na rotina pessoal deverá ocorrer. Já 23% revelaram que ainda não houve uma adaptação e que estão contando com o apoio de familiares e/ou profissionais para cuidar das crianças. Por último, 12% ainda não se adaptaram, pois sentem falta dos filhos durante o expediente. Ainda de acordo com a pesquisa, 53% dos trabalhadores estão satisfeitos com o retorno ao trabalho presencial, 35% deles porque estavam com saudades da rotina no escritório. Já 25% se mostram insatisfeitos, sendo 14% por estarem inseguros em relação à Covid-19 e 11% porque preferem a rotina no trabalho a partir de casa. Os 21% restantes disseram não sentir diferença entre os modelos de trabalho.

Já estudo realizado recentemente por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que 7,3 milhões de pessoas exerceram suas funções de forma remota no Brasil, de maio a novembro de 2020. Trabalhar longe dos escritórios já conta com aceitação majoritária e caminha para sua perenidade no pós-pandemia. Para o profissional, as vantagens estão principalmente em ter mais qualidade de vida, liberdade de viver em qualquer lugar e controlar seus horários, além de poder negociar melhores remunerações.

Entretanto, o que é muito pouco debatido é a maneira com que as empresas lidam com denúncias de assédio no trabalho remoto: compilado de dados feito pela ICTS Protiviti apontou que entre os meses de abril a junho de 2020, no início da pandemia, aconteceu uma redução de mais de 20% nas denúncias. No entanto, após o período de maior impacto da pandemia, os índices voltaram aos patamares normais. Inclusive, 2020 fechou com um aumento de 6,2% em denúncias de casos de assédio em relação ao ano anterior.

Outro aspecto que se tornou ainda mais difícil durante a pandemia foi a apuração das denúncias de assédio – isso fez com que em 2020 o tempo médio de investigação subisse mais de 10% em relação a 2019, ultrapassando os 50 dias.

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