Sociedade Brasileira de Hérnia discute redução do tempo de internação para aumentar a segurança do paciente operado

Sociedade Brasileira de Hérnia discute redução do tempo de internação para aumentar a segurança do paciente operadoA segurança, o tempo de internação do paciente que passa por uma cirurgia de hérnia da parede abdominal e o futuro do sistema de saúde no Brasil, pós-pandemia, foram abordados por cirurgiões que integram a Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH).

Atualmente o protocolo de atendimento nos pós-operatório de pacientes que realizam a cirurgia de hérnia varia em diferentes regiões do país. No Rio de Janeiro, por exemplo, dependendo da complexidade e das condições de saúde do paciente, a alta hospitalar é concedida em 24 horas. Já no Paraná, um paciente saudável e com boas condições clínicas, pode receber alta no mesmo dia.

O presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal, Christiano Claus, conta que, especialmente após a pandemia da covid-19, o Brasil está vivendo uma grande mudança de paradigmas na medicina e também no relacionamento dos financiadores de saúde, com os hospitais.

“Além do coronavírus ter gerado um represamento das cirurgias eletivas, também contribuiu para aumentar a demanda para muitos procedimentos. Temos que pensar, sempre que possível, em desobstruir o sistema para que o maior número de pacientes possa ter o tratamento adequado e no tempo certo”, ressalta Claus.

A grande discussão, segundo ele, gira em torno da análise, que para em casos que há possibilidade, o menor tempo de internação hospitalar traz melhores resultados, e menores taxas de complicações para os pacientes.

Pós-pandemia- Para que se tenha ideia, durante a pandemia, o número de cirurgias para correções de hérnia da parede abdominal realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil teve queda de 69%. Entre 2020 e 2021 foram realizados 119,3 mil procedimentos cirúrgicos nesta área, sendo 36,4 mil em caráter de urgência, considerando todos os tipos de hérnias abdominais. Em 2019 o número de cirurgias chegou a 387,3 mil, sendo 45 mil urgências.

Diferença entre países – O cirurgião brasileiro, Flávio Malcher, radicado nos Estados Unidos e uma das maiores personalidades em cirurgia de hérnia mundialmente, acredita que o Brasil pode e deve repensar este modelo. “A internação no Brasil é muito mais prolongada do que nos estados Unidos, devido a organização financeira da infraestrutura. Já nos Estados Unidos, toda a cirurgia eletiva de hérnias é realizada sem internamento e de forma ambulatorial, minimizando o tempo do paciente no hospital, a não ser para casos mais complexos”, relata Malcher que é Chefe do Serviço de Parede Abdominal – Universidade de Nova Iorque.

Novos protocolos – O protocolo ERAS – do inglês enhanced recovery (ER) ou fast-track – é o pilar clínico na implantação deste processo de melhoria e sustentabilidade do sistema de saúde voltado para o paciente cirúrgico, agregando segurança ao paciente, qualidade à assistência, otimização dos recursos financeiros e valor às instituições parceiras.
Recente meta análise demonstrou que ERAS, em cirurgias de grande porte reduziu o tempo de recuperação e internação hospitalar em 2 a 3 dias e o número de complicações em 30 a 50%2.
O cirurgião e ex-presidente da SBH, Alexander Morrel, também acredita que um menor tempo de internamento ajuda na recuperação dos pacientes. “Em São Paulo os protocolos já estão muito bem estabelecidos e muitos hospitais autorizam procedimentos de forma ambulatorial. Isso permite que os pacientes possam ser submetidos ao tratamento cirúrgico, sem o comprometimento da sua doença, e com menor tempo de internação”, completa Morrel. Ele reforça que o paciente que antecipa o tratamento tem menos risco de complicação.
No Rio Grande do Sul, o professor e cirurgião, Leandro Totti com atuação nos sistemas públicos e privados de saúde conta que a situação é distinta. Segundo ele, os hospitais que atendem por convênio defendem que pacientes – sem necessidade não fiquem internado e possam abrir vagas para doenças graves. Já no SUS pacientes que teriam condições de ir embora mesmo dia precisam ficar internados para que o hospital possa receber o valor da cirurgia
“É obrigatória a guia de internação hospitalar e que obriga o paciente a dormir no hospital por um período de, no mínimo, 12 a 18 horas. Acreditamos que isso é totalmente desnecessário do ponto de vista médico na maioria dos casos. Se conseguimos tratar de maneira mais abrangente estes casos, resolvendo a parte burocrática para que o paciente consiga ir embora no mesmo dia – é completamente adequado. Ele ficará menos exposto a outros pacientes com outras doenças, se recuperando em casa”, relata Totti.

Destaque da Semana

Mercado Municipal de Curitiba começa a receber doações de brinquedos para o Dia das Crianças

Campanha solidária arrecada brinquedos para crianças em situação de...

Convention recebe currículo de interessados em trabalhar no turismo

Cadastro é gratuito e dados são direcionados aos associados...

No Dia da Árvore doação de um quilo de alimento vale muda no Boulevard Shopping Londrina

Ação solidária irá direcionar alimentos para entidade local Neste sábado,...

Dupla Jota Junior & Rodrigo em destaque no palco do Santa Marta

Dupla de sucesso do sertanejo paranaense, Jota Junior &...

Artigos Relacionados

Destaque do Editor

Mais artigos do autor