A campanha Descarte Amigo – Agulha no lixo é um perigo, iniciativa da Associação *SEMPR Amigos (*Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná), tem o objetivo de alertar a população quanto aos riscos associados ao descarte incorreto de agulhas e seringas usadas em domicílio, e orientar a forma correta de fazê-lo.
Em 2020 foi aprovada a lei estadual 20.130, que institui a Semana Estadual de Conscientização do Descarte Correto do Lixo gerado no tratamento do diabetes e outras doenças, a ser realizada anualmente na 1ª semana de março.
A campanha conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – regional Paraná, Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Sociedade Brasileira de Diabetes, Sociedade Brasileira de Infectologia, Associação Paranaense de Hepatologia, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, Governo do Paraná e Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR).
O folder da campanha e o material de 2022 podem ser acessados através do link: https://bit.ly/3uVEQJH .
Uso de agulhas no tratamento de doenças
Segundo a médica endocrinologista Daniele Tokars Zaninelli, ex-presidente da Associação SEMPR Amigos e membro da diretoria da SBEM-PR, no Brasil há cerca de 16 milhões de pessoas com diabetes, de acordo com os dados do IDF Diabetes Atlas 2019. Todos os pacientes com diabetes tipo 1 e cerca de 15% dos pacientes com diabetes tipo 2 fazem uso diário da insulina, que vem salvando vidas há cerca de 100 anos.
“Agulhas e seringas são importantes para a manutenção da saúde de milhões de pessoas todos os dias. Recentemente temos visto seu papel impactante na imunização da população contra a Covid-19, mas quando falamos da produção domiciliar desses resíduos, o maior volume decorre do uso de insulina e outros medicamentos injetáveis por pessoas com diabetes”, explicou a médica.
Ela lembra, ainda, que o uso de medicamentos injetáveis é frequente no tratamento de outras patologias como obesidade, infertilidade e deficiência de hormônio de crescimento, entre tantas outras.
“Erros comuns são o descarte de seringas e agulhas no lixo comum, no lixo reciclável, e até no vaso sanitário, o que prejudica o meio ambiente e traz risco de acidentes e transmissão de infecções à comunidade”, alerta a especialista.
A campanha
O alerta da Associação SEMPR Amigos lembra sobre o perigo de ferimentos e da transmissão de doenças, além de ensinar o descarte correto. Esses objetos precisam ser descartados com segurança para minimizar o risco de ferimentos acidentais e a propagação de doenças infecciosas entre as pessoas que manuseiam o lixo dentro de casa ou fora dela.
O material lembra que jamais se deve descartar agulhas no lixo comum, reciclável ou vaso sanitário. Para isso, há a necessidade de usar sempre recipientes adequados, como uma caixa para perfurocortantes vendida em lojas especializadas.
Outra saída é fazer o próprio coletor, usando uma embalagem firme e resistente a rupturas, como a embalagem de amaciante de roupas. Também é preciso colar na embalagem um aviso alertando sobre a presença de agulhas.
Coletor adequado
Um coletor adequado deve apresentar as seguintes caraterísticas: material inquebrável, com paredes rígidas e resistentes à perfuração ou vazamento e abertura larga o suficiente para o depósito de materiais sem acidentes. A tampa deve oferecer boa vedação.
Para onde levar?
Para descartar, coloque o coletor em uma sacola reforçada. Em seguida, é preciso levar o coletor a uma Unidade Básica de Saúde para tratamento e destino adequados.
Agulhas podem ferir gravemente quem trabalha com o lixo. Há ainda a possibilidade da transmissão de doenças e contaminação. Por isso, nunca se deve jogar seringas, agulhas, canetas e lancetas instrumentos usados para fazer exames) no lixo comum.
No Paraná, segundo a Secretaria de Saúde do Estado (SESA), os pacientes cadastrados nas farmácias das Regionais de Saúde são orientados pelos farmacêuticos sobre o descarte quando passam pelo serviço de primeiro atendimento. Já a recomendação aos pacientes não atendidos pelo sistema público é para que procure as informações necessárias na Unidade de Saúde mais próxima do domicílio.
Com informações: SEMPR