O alto consumo de sal, a baixa ingesta de água e o tabagismo, além de diabetes, obesidade, pressão alta e problemas cardíacos podem ser fatores de risco para doenças no rim. Pensando em reforçar as orientações para a saúde da população, dia 12 de março é celebrado o Dia Mundial do Rim. No mundo, os problemas renais atingem cerca de 850 milhões de pessoas, entre as doenças está o câncer renal.
O uro-oncologista do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP, Jônatas Luiz Pereira, explica que além de evitar os fatores de risco, também é preciso atenção à história familiar de casos de câncer renal e também às síndromes familiares como a Esclerose Tuberosa e a Síndrome de Von Hippel-Lindau. “Em muitos casos, a forma mais frequente de diagnóstico são os achados incidentais em exames de rotina como a ultrassonografia do abdômen”.
Em geral, o câncer renal não apresenta sinais e sintomas. O diagnóstico é realizado por exames de imagem (ultrassonografia e/ou tomografia computadorizada, que possibilita a verificação do estadiamento da doença e extensão para outros órgãos). Em estágios avançados, sintomas como dor nas costas (lombar), hematúria (sangue na urina) e massa abdominal palpável podem aparecer.
Tratamento com imunoterapia
O tratamento do câncer renal vai depender do tamanho do tumor e, principalmente, se há metástases. Quando localizado somente no rim, pode ser realizada a cirurgia de retirada parcial ou total (nefrectomia radical). Sempre que possível a cirurgia mais conversadora deve ser priorizada devido à grande importância dos rins para o funcionamento do corpo. Na doença avançada, a imunoterapia combinada com drogas-alvo que controlam o crescimento de vasos sanguíneos para os tumores é uma opção de tratamento.
Outras doenças dos rins
Cálculos renais (litíase renal): é a famosa pedra nos rins. Cristais acabam se formando nos rins ou na uretra em função de a urina conter excesso de cálcio, oxalato ou ácido úrico. Muitos pacientes têm cálculos renais assintomáticos. Os sintomas aparecem quando as pedras se deslocam para o ureter, o que pode ocasionar dor intensa. Uma das formas de tratamento é a cirurgia endoscópica, que possibilita a fragmentação e a remoção dos cálculos renais, ureter e bexiga a partir do orifício da uretra, sem a necessidade de incisões ou cortes.
Doença ou insuficiência renal crônica: é caracterizada pela perda lenta e gradual das funções dos rins. Quando não identificada e tratada, pode levar à paralisação dos rins. A doença renal crônica está associada a duas doenças de alta incidência na população brasileira: diabetes e hipertensão arterial. Os sintomas mais comuns que a doença apresenta são aumento do volume e alteração na cor da urina, incômodo/dor ao urinar, inchaço ou edema nos olhos, tornozelos e pés, dor lombar, anemia, fraqueza, enjoos e vômitos, alteração na pressão arterial. “A forma de tratamento pode ser à base de medicamentos e com controle da dieta. Mas também, havendo necessidade, diálise ou transplante renal”, aponta Jônatas Luiz Pereira.