Aumento dos juros nos EUA reduzirá incentivos a investimentos de risco em países em desenvolvimento e o ritmo de recuperação do mercado brasileiro em 2022
O ano de 2021 terminou com saldo positivo de importações e exportações de produtos para a saúde. Segundo o Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), as importações de dispositivos médicos totalizaram US$ 6,7 bilhões, com crescimento de 7,3% em relação ao mesmo período de 2020. As exportações somaram US$ 761 milhões, representando um crescimento de 4,8%. A balança comercial ficou deficitária em US$ 5,9 bilhões, mostrando que a pandemia de Covid-19 causou aumento de 7,6% no déficit do setor, na comparação com o ano anterior. Houve um crescimento de 6,9% no consumo aparente do setor, que é a produção nacional somada ao total das importações do período, descontadas as exportações.
Os Estados Unidos são os principais fornecedores de produtos para a saúde do Brasil, com 19% dos dispositivos médicos importados, seguido de China (14%) e Alemanha (13%).
Também é dos norte-americanos o posto de principal comprador dos dispositivos médicos brasileiros (18%), com a Argentina em segundo lugar, com a fatia de 9% do mercado.
Para 2022, a expectativa é de retomada no ritmo normal de cirurgias no Brasil, mas também de desaceleração dos investimentos estrangeiros, que têm participado da expansão da rede de prestadores de serviços de saúde no Brasil. “O aumento dos juros nos EUA reduzirá incentivos a investimentos de risco em países em desenvolvimento. Por outro lado, será um ano promissor se o número de procedimentos eletivos voltar ao normal. A perspectiva é muito boa também para o segmento de reagentes in vitro, que tem ampliado o seu leque de produtos à disposição da população brasileira e desenvolvido novos canais de distribuição para os mesmos”, analisa o diretor executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes.
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