Expoente do novo indie rock nacional direto do norte de Minas Gerais, a banda Taboo celebra sua história e raízes no primeiro álbum. O trabalho homônimo vem na sequência do EP “Valência” e amadurece a personalidade do grupo ao mesclar elementos do rock com a identidade musical brasileira e mineira, sempre entre uma visão mais progressiva e experimental e um viés pop e moderno. O disco chega às principais plataformas de música.
O trabalho foi antecipado por uma sequência de singles onde Taboo mostrou toda a sua versatilidade. “Manhã” trouxe uma reflexão sobre as incertezas da vida com o convidado especial Doca Rolim (Skank); “Agosto” celebrou a cultura do congado, tão presente na sua Montes Claros natal; “Casa” dialogou com a solidão compartilhada por tantos durante a pandemia, unindo os fãs da banda em um clipe colaborativo; “Descalço” convida a um contato mais próximo com o que nos cerca; “Meia-vida” discutiu privilégios e a invisibilidade social; por fim, o single mais recente, “Sol do Sertão”, fez uma ponte entre rock psicodélico, baião e ijexá.
Embora tenha sido produzido entre 2019 e 2020, o embrião do primeiro disco de Taboo surgiu há muitos anos. “‘Meia-vida’ é uma das nossas primeiras músicas, ela foi inclusive lançada em um EPzinho ao vivo de 2017 antes mesmo da entrada de Michelle na banda. Na turnê ‘Valência’ nós tocamos e amadurecemos muitas (ou todas?) músicas que viriam integrar este trabalho. Por esses e outros motivos acho que este álbum é o resultado de tudo que a banda é e foi em todos esses anos, ao mesmo tempo que é nosso novo começo”, resume Matheus Leite, baterista. Além dele, a banda é formada por Lucas Nobre (vocal e guitarra), Michelle Marques (guitarra) e Max Dias (baixo).
Agora, a discografia de Taboo dá um passo importante com um trabalho viabilizado pelos fãs, após uma bem-sucedida campanha de financiamento coletivo. Somando ao single “A Sua Cor” (com o qual foi finalista do Troféu Imprensa do Norte de Minas) e ao EP “Valência”, o disco marca um reencontro com o produtor Leonardo Marques (Maglore, Moons, Young Lights), que também comandou a produção do EP anterior.
“É perceptível a diferença estética do EP para nosso novo disco. Enquanto no primeiro utilizamos principalmente elementos do Indie/Rock/Alternativo, no segundo incluímos também diversos outros ‘ingredientes’ como ritmos brasileiros, regionalidade, o progressivo e o pop. O trabalho também possui a presença mais forte de outros instrumentos além dos principais ‘guitarra, baixo e bateria’”, reflete Matheus.
Além dos integrantes da banda e do produtor, marcam presença no disco os convidados especiais. A guitarra de Doca Rolim, do Skank, surge na balada folk “Manhã”. “Girá” tem um dos arranjos mais complexos do trabalho, com percussões, naipe de metais e vozes de Carol Boaventura, Maria Clara Leite e Ísis da Mata, a primeira tecladista do grupo. “Nós” é uma composição do ex-baixista John Longuinhos que fala sobre a própria Taboo, entre referências de várias fases e músicas da banda, e tem participação de Leonardo Marques.
Tudo para contar, ao longo de 12 faixas, as histórias de lutas e vitórias, amores e desamores, dilemas e anseios que tornam as composições de Taboo universais – e a sua musicalidade um encontro cheio de personalidade entre linguagens do rock e da música mineira, uma celebração plural e ao mesmo tempo única.