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Pandemia e a qualidade da educação

(*) Marcos Aurélio Silva Soares

O início do ano letivo, em 2022, fez com que as instituições de ensino públicas e privadas retornassem ao padrão de “quase normalidade”. Digo isso em virtude do retorno presencial dos estudantes e dos profissionais da educação. Contudo, após mais de um mês de aula, os casos de covid-19 continuam presentes nas escolas, e isso tem causado o afastamento tanto de alunos como de professores.

 

Também é preciso perguntar ao poder público o que aconteceu com todos os protocolos de saúde presentes na pandemia (que ainda não terminou) e que deixaram de ser exigidos, tais como o distanciamento social. O leitor já deve ter conhecimento a respeito da realidade do espaço físico da sala de aula que seu filho(a) frequenta e sabe que é impossível manter o distanciamento nesse espaço.

 

Dito isso, vamos refletir sobre a qualidade da educação e a organização do trabalho pedagógico a partir de 2022. De forma geral, podemos afirmar que o governo vinha avançando, mesmo que aos poucos, nos índices da educação, tomamos por base o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

 

Mas, com a chegada da pandemia em 2020, ocorreu uma mudança drástica no trabalho pedagógico, que passou a ser organizado de forma remota. A maioria das escolas, professores e estudantes sem os recursos tecnológicos necessários ao trabalho remoto, que passou a exigir uso de computador, notebook, celular, tablet e internet, fez com que se retomassem atividades por meio de fotocópias ou com uso de livro didático.

 

A retomada da organização do trabalho pedagógico das escolas (de forma presencial) está exigindo uma série de adaptações em relação à sua proposta curricular (conteúdos), metodologias de ensino e ampliação dos tempos escolares como indicado pelo Ministério da Educação. Dessa forma, penso que ainda serão necessários muitos processos de formação pedagógica nos próximos dois ou três anos para que seja possível retornar aos patamares anteriores em relação aos índices de desenvolvimento da educação básica.

 

Do meu ponto de vista, também será fundamental o trabalho de coordenação pedagógica que é realizado pelos pedagogos(as), pois será necessário refletir com os professores sobre o que ensinar, quais metodologias utilizar em busca de oferecer um ensino de qualidade e que possa, aos poucos, minimizar os efeitos da pandemia na vida dos estudantes e da população.

 

A qualidade do ensino não se faz apenas com a boa vontade dos profissionais da educação, sejam eles da educação pública ou privada. Em ambos os casos, serão necessárias efetivas melhorias nas condições de trabalho em vários aspectos, vou indicar alguns: infraestrutura, manutenção e conservação, equipamentos e materiais necessários ao ensino. Mas isso não basta se não houver conhecimento e compromisso efetivo com a proposta pedagógica do seu local de trabalho.

 

(*) Marcos Aurélio Silva Soares é mestre em Educação e coordenador de cursos de pós-graduação na área de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.

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