Estudo do Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta para os riscos de iniciar o consumo de cigarros a partir do uso dos eletrônicos
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 10% das pessoas acima de 18 anos são tabagistas. O Paraná é o 27º estado brasileiro com o maior número de fumantes, porém, a capital, Curitiba, é a terceira da lista com a maior população tabagista do país.
“Não existe nível seguro de tabagismo. E nem de exposição ao cigarro de forma passiva. Ou seja: quem fuma expõe ao risco a si mesmo e a quem está por perto”, explica o médico oncologista da Oncoclínicas Curitiba, Elge Werneck.
Um dos desafios que os médicos têm encontrado nos últimos anos é o aumento do uso de cigarros eletrônicos. Segundo o relatório Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), divulgado em abril deste ano, pelo menos 1 a cada 5 jovens de 18 a 24 anos usa cigarros eletrônicos no Brasil, ou seja, quase 20%.
“Os cigarros eletrônicos expõem o organismo a uma imensidão de elementos químicos, muitas vezes, desconhecidos. Além disso, o processo de aquecimento ou vaporização, incluem carcinógenos conhecidos e substâncias citotóxicas, potencialmente causadoras de doenças pulmonares e cardiovasculares”, reforça Werneck.
Um alerta feito pelo INCA aponta que há correlação entre a iniciação do uso do cigarro convencional, a partir do uso do cigarro eletrônico, pelo fato de que os dispositivos contendo nicotina podem levar à dependência dessa substância e à procura por outros produtos de tabaco.
“É preciso conscientizar a população para os riscos do uso do tabaco, seja ele em forma de cigarros convencionais, eletrônicos ou narguilés. Essas substâncias causam milhares de mortes anualmente por doenças crônicas, incluindo diversos tipos de câncer como: pulmões, fígado, estômago, pâncreas, rins, ureter, reto, bexiga, ovários, colo do útero, cavidade nasal e seios paranasais, cavidade oral, faringe, laringe, esôfago e leucemia mieloide aguda”, frisa o especialista.
E não é só isso: além dos cânceres, o tabaco pode causar uma série de outros problemas de saúde, como irritação da garganta, sinusite, faringite e desencadear processos alérgicos como asma e rinite. “A tosse crônica ainda vem a causar lesões na garganta e no pulmão. Preste atenção aos sinais: pigarro, falta de ar, tosse com presença de secreção sanguinolenta, indisposição e perda de peso, tudo isso é um alerta de que seu organismo já não está bem.”
Segundo o médico, o SUS tem programas para quem deseja parar de fumar, inclusive com uso de medicamentos e adesivos. “Procure um especialista para se livrar do vício. Nunca é cedo ou tarde demais para cuidar da sua saúde”, finaliza.