Segundo dados da consultoria global eMarketer, o comércio eletrônico deve movimentar US$1 trilhão em todo mundo até 2025. Isso já demonstra uma das principais tendências para os próximos anos: quem não tem estratégia digital, mesmo após dois anos de pandemia, dificilmente vai sobreviver. Dessa forma, é preciso ficar de olho no que deve ser a base para grandes, médios e pequenos negócios daqui em diante. Mas não para por aí, serviços como o de logística terceirizada também figuram entre as novidades.
A pandemia fez os consumidores mudarem os hábitos de compra. Antes era mais comum as pessoas comprarem digitalmente em casos específicos: ingressos, passagens áreas e objetos com vida longa, como eletrônicos. Agora as pessoas também compram mercadorias perecíveis, consideradas as mais complexas para se vender pela internet.
Cada vez mais é necessário optar por bons sistemas de logística e armazenamento quando o assunto é comércio. Isso porque uma entrega rápida e com poucas chances de problemas é considerada essencial. Pesquisa da Capterra, de 2022, aponta que 49% das pessoas consideram o prazo de entrega como o item mais importante em uma compra.
Tendências para o futuro
A cofundadora da SHL Fulfillment, Audrey Slomp, explica que nos últimos anos muita coisa mudou no segmento de logística. Em 2005, ano de fundação da SHL e quando começou a expandir a era do e-Commerce no Brasil, as empresas que mais procuravam por serviços de logística terceirizada (ninguém ainda usava o termo fulfillment) eram grandes corporações e empresas internacionais vindas para o Brasil distribuir seus produtos. “Atualmente, os maiores buscadores de soluções de fulfillment são pequenos e médios empresários, que desejam profissionalizar a operação logística e reduzir o prazo de transporte das mercadorias, reduzindo então o custo final do produto, por estar em um armazém estrategicamente mais próximo da maioria do seu público consumidor. Além disso, se especializar em logística, alugar um local e contratar uma equipe, não estão na wish list da maioria dos e-Commerces, portanto, terceirizar se tornou uma excelente solução.”
A tendência dos consumidores é comprar cada vez mais em plataformas online. É prático, rápido e as empresas já entenderam como essa é a abordagem do futuro para quem lida com vendas. Por isso, a omnicanalidade deve ser um ponto alto também. As redes varejistas já perceberam a necessidade de adotar o modelo, então é bem interessante considerar a prática em qualquer negócio com intenções de se manter por algum tempo. “O consumidor é o principal agente que mobiliza as ações logísticas das empresas. Eles querem o produto certo, na qualidade que desejam, com o melhor preço possível e a entrega cada vez mais rápida. Isso é um desafio enorme para as empresas e motivo de árduas guerras entre os concorrentes do varejo online”, cita Audrey.
E-commerces regionais mais fortes são tendência, uma vez que a pandemia forçou até mesmo empresas locais, de pequeno porte, a migrarem para o digital. Com isso, a tendência é continuar o atendimento aos clientes nessa linha. Mas isso não é algo negativo, pelo contrário. Possuir um e-commerce pode aumentar ainda mais o poder dos pequenos negócios e fortalecer a economia local. Com um olhar para o futuro, é possível prever que os meios de transporte, as tecnologias, os processos e as pessoas envolvidas no ciclo logístico terão que evoluir suas capacidades a um patamar que continue a acompanhar as exigências desses consumidores. É obrigação de toda a cadeia logística evoluir e se adaptar constantemente aos novos estilos de comportamento e desejos profundos de seus clientes para mantê-los fiéis.
Quando se fala de comércio online, é preciso incluir um site próprio, mas também vendas por meio de aplicativos (WhatsApp), redes sociais (Facebook e Instagram) e marketplaces. Outra questão que deve ser levada em consideração é a logística terceirizada, já que os negócios que conseguirem sobreviver às mudanças ocasionadas pelo digital devem pensar muito na questão logística, ou seja, no armazenamento e envio de mercadorias. Logo, buscar o suporte de empresas especializadas é a melhor pedida. “A tecnologia veio para ficar e quem não se adapta a ela, certamente se torna um profissional obsoleto no mercado, perdendo parte de seu valor. Na logística, ter a teoria, dominar a prática e conhecer as mais novas tecnologias e funcionalidades operacionais é o que faz o diferencial do profissional no mercado. Nunca foi tão importante como hoje o desenvolvimento das capacidades de uso de tecnologias pelos logísticos”, destaca Audrey Slomp.