Pets: tratamento com células-tronco é realizado em Curitiba

Cidade foi uma das primeiras do país a fazer o procedimento e professora do curso de Medicina Veterinária do UniCuritiba explica as vantagens da terapia celular
Cidade foi uma das primeiras do país a fazer o procedimento e professora do curso de Medicina Veterinária do UniCuritiba explica as vantagens da terapia celular
Técnicas e procedimentos inovadores surgem ano a ano na medicina veterinária como esperança de cura e de mais qualidade de vida para os animais de estimação. Uma delas é o uso de células-tronco no tratamento de cães, gatos e cavalos.

Curitiba foi uma das pioneiras neste tipo de tratamento, que aos poucos vem se disseminando em outras regiões do país. A capital paranaense conta com clínicas especializadas e hospitais veterinários que já utilizam a técnica, mas muitos tutores ainda desconhecem o recurso.

Mestre em Ciência Animal com foco em Terapia Celular, a médica veterinária Michele Milistetd é especialista no assunto. “Além de tratar algumas doenças, o foco principal da terapia com células-tronco é melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, explica a professora do curso de Medicina Veterinária do UniCuritiba – instituição que faz parte da Ânima Educação, uma das principais organizações de ensino superior do país.

Os resultados do uso de células-tronco em animais dependem do tipo e do estágio da doença, mas as vantagens são maiores do que o uso de anti-inflamatórios, por exemplo. “A terapia celular proporciona ao animal a possibilidade de conviver melhor com a doença, com diminuição de dor, melhora de apetite e mais disposição”, diz Michele.

Os valores do tratamento variam de acordo com o protocolo elaborado para cada animal, que é sempre personalizado, mas a médica veterinária garante que o custo é acessível. Os efeitos colaterais também são mínimos. “A terapia com células-tronco é considerada segura e a única reação verificada em estudos foi febre até 48 horas após a aplicação.”

Regulamentação
A terapia celular em animais é regulamentada no Brasil. Os médicos veterinários podem exercê-las como prática clínica, conforme as Resoluções 1.363 e 1.364 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), publicadas em 23/10/2020 no Diário Oficial da União (DOU). Por serem consideradas um produto veterinário, as células-tronco só podem ser utilizadas sob registro no Ministério da Agricultura.

Entre as doenças tratadas estão a osteoartrose, lesões tendíneas e ligamentares, falhas ósseas, sequelas de cinomose, hipoplasia medular, traumas medulares, úlcera de córnea, ceratoconjuntivite seca, injúria renal aguda, doença renal crônica, dermatite atópica, doenças autoimunes, cicatrização de feridas e endometrite etc. Há outras indicações em fase de estudos.

A professora Michele Milistetd informa que existem bancos de célula-tronco no Brasil. O material é retirado do tecido adiposo de animais jovens e sadios, por meio de uma microcirurgia com o paciente anestesiado.
A retirada de células-tronco precisa ser autorizada pelo tutor. Os laboratórios especializados têm doadores cadastrados que passam por um check up antes da coleta do tecido adiposo.

O que são células-tronco?
De acordo com a mestre em Ciência Animal e Terapia Celular, as células-tronco são células indiferenciadas, capazes de se transformar em outros tipos celulares com especialidades e funções específicas quando estimuladas.

“Estas células são encontradas em todos os indivíduos, desde a fase embrionária até a fase adulta. Existem diferentes tipos de células-tronco e, na medicina veterinária, são utilizadas as células-tronco mesenquimais. Elas estão presentes em diversos tecidos do corpo e podem auxiliar no reparo de lesões do tecido onde estão localizadas, bem como realizar a substituição de células que morrem naturalmente nos tecidos”, ensina a especialista.
Tratamento individualizado

O tratamento com células-tronco pode ser feito de diferentes formas: infusão intravenosa, infiltração intra-articular, intratecal (no canal raquidiano) e em forma de colírio. A quantidade de aplicações e o intervalo entre as doses, informa a professora de Medicina Veterinária do UniCuritiba, depende da doença a ser tratada. “Quanto mais inicial for a doença, melhor será o resultado e menor o número de aplicações. Para as osteoartroses, fraturas e tendinopatias, normalmente é apenas uma aplicação.”

Michele diz que a taxa de sucesso do tratamento também é variável e os ganhos em qualidade de vida são incomparáveis. “Para úlceras de córnea, osteoartrose, lesões tendíneas e consolidação de fraturas, a taxa de sucesso é extremamente elevada e ultrapassa 80%. Para doenças crônicas, como a doença renal crônica, a pancreatite crônica, as doenças imunomediadas, o sucesso depende muito do estágio da doença. Quanto mais cedo, melhores são as taxas de sucesso”, finaliza.

Sobre o UniCuritiba
Com mais de 70 anos de tradição e excelência, o UniCuritiba é uma instituição de referência para os paranaenses e reconhecido pelo MEC como uma das melhores instituições de ensino superior de Curitiba (PR). Destaca-se por ter um dos melhores cursos de Direito do país, com selo de qualidade OAB Recomenda em todas as suas edições, além de ser referência na área de Relações Internacionais. Conta com mais de 40 opções de cursos de graduação, em todas as áreas do conhecimento, além de cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado.

Possui uma estrutura completa e diferenciada, à disposição dos seus mais de 6 mil estudantes, com dois campi (Milton Vianna Filho e Pinheirinho) e mais de 60 laboratórios. Com professores mestres e doutores que possuem vivência prática e longa experiência profissional, o UniCuritiba tem seu ensino focado na conexão com o mundo do trabalho e com as práticas mais atuais das profissões, estimulando o networking e as vivências multidisciplinares.

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