De bancos digitais até revolução na forma de efetuar pagamentos, o mercado financeiro vive fase de efervescência tecnológica
Produtos e serviços financeiros tiveram um salto tecnológico nos últimos anos, ganhando ainda mais força após o impacto causado pela pandemia do novo coronavírus, que impulsionou investimento na área. Pix, open banking, bancos digitais e popularização de reconhecimento facial causaram uma ruptura positiva no mercado financeiro e abriram portas para um futuro ainda mais inovador. Por ser um segmento que não está mais obrigatoriamente ligado ao ambiente físico, o mercado financeiro passou a expandir a sua área de atuação para diferentes locais e situações, modificando a economia mundial. E ao longo de 2022, os clientes deverão estar no meio de uma revolução tecnológica.
“O mercado financeiro mostrou que sabe se adaptar de acordo com as condições em que o mundo se encontra. O que vimos foi um setor forte e preparado para facilitar e atender a demanda da população e de investidores em diferentes contextos e cenários. Estamos vivendo uma revolução tecnológica, em que o foco é a relação da sociedade com seus investimentos e com novos hábitos no meio econômico”, analisa Fernando Weigert, diretor da Neoconsig, empresa que fornece soluções tecnológicas e facilita processos entre as instituições financeiras, órgãos públicos e servidores. A empresa lançou recentemente o Faça Digital, ferramenta que permite a integração total e segura com os sistemas das instituições financeiras credenciadas aos convênios que atua. Possibilita aos servidores escolherem a melhor opção de consignação de forma fácil, rápida e com a segurança da assinatura eletrônica avançada com fé pública, utilizando a tecnologia da biometria facial.
De acordo com Weigert, a simplificação dos meios digitais possibilitou que as mudanças alterassem o comportamento social das pessoas e permitiu que empresas investissem ainda mais em tecnologia para atender a um público com menos receio do novo e exigente por novas demandas. “A relação do público com os dispositivos teve uma mudança brusca nos últimos dois anos, o que possibilita que empresas invistam em ferramentas digitais e desenvolvam novos processos e práticas em diferentes setores. As melhores empresas do mercado agora se destacam ao identificar essas mudanças de comportamento antecipadamente, para que possam desenvolver novas soluções”, diz
Ao longo de 2022, segundo Weigert, algumas tecnologias ainda vão se fortalecer e terão impacto profundo nos próximos anos. São elas:
Reconhecimento facial para pagamentos
Uma das vantagens do reconhecimento facial é diminuir o contato com máquinas de cartão e outros equipamentos. O usuário baixa um aplicativo, cadastra um cartão de crédito ou débito e tira algumas fotos. Ao ser escaneado, o rosto do cliente é reconhecido pelo sistema e o crédito é feito na conta da empresa. O mecanismo diferencia uma pessoa real de uma foto ou vídeo, o que diminui a possibilidade de fraudes. No Brasil, o primeiro pagamento por reconhecimento facial foi feito em 2021.
Bancos digitais e novas fintechs
Os bancos digitais podem não ser mais uma novidade, mas o setor segue crescendo desenfreadamente. Uma pesquisa realizada pelas empresas IDwall e Cantarino Brasileiro mostrou que existem atualmente mais de 250 milhões de contas digitais abertas no Brasil, ou seja, 117% da população estimada do país. Somente em fevereiro, os bancos e carteiras digitais tiveram 20,442 milhões de downloads no Brasil, segundo uma pesquisa do Bank of America, que acompanha dados da Apple Store e Google Play. Um estudo realizado pela alemã Mambu aponta que 54% dos brasileiros, entre 18 e 35 anos, optam por contas digitais para realizar a movimentação financeira. E o futuro deve ser ainda digital, já que mesmo os 73% dos entrevistados brasileiros que afirmaram preferir as contas convencionais, já têm contato com bancos digitais. Impulsionado pelos jovens, as fintechs também devem ganhar ainda mais espaço no Brasil e estimular que bancos tradicionais também migrem para o digital e alterem a forma de se comunicar com os clientes. No Brasil, o maior ecossistema das fintechs se concentra em São Paulo, sendo a quarta maior cidade no mundo no ramo.
Low-Code
Low-code (pouco código) é uma tecnologia que busca a utilização de menos códigos no desenvolvimento de produtos e serviços. A ideia surgiu de um movimento tecnológico social para facilitar o desenvolvimento de aplicativos por pessoas que não são da área técnica, o que acelera o desenvolvimento de aplicativos e softwares. Há alguns anos, era necessária uma imensa criação de linhas de código para construir um software. Atualmente, com a tecnologia low-code, fazer um software com pouco ou nenhum código já é possível, isso irá reduzir o tempo e custo de muitos serviços, pois o custo de desenvolvimento é sempre uma parte complexa e cara.
NFT
Os tokens não fungíveis ainda são um mistério complexo para muitas pessoas, mas a tecnologia invade cada vez mais o mercado financeiro, especialmente para quem é investidor. Resumidamente, esses identificadores digitais anexam a propriedade verificada a itens virtuais em blockchain, protegendo-os contra replicação, tornando-os únicos, aumentando seu valor e gerando oportunidades de negócios. Segundo dados da startup DappRadar, que levanta transações negociadas em plataformas de blockchain, o valor total das vendas de NFT no ano passado foi de U$ 23 bilhões, mais de R$ 128 bilhões.
Novas tecnologias de pagamento além do Pix
Uma pesquisa da PwC e da consultoria estratégica Strategy& apontou que os volumes globais de pagamentos feitos de forma virtual deverão aumentar em mais de 80% até 2025, com as transações passando de cerca de um trilhão para quase 1,9 trilhão por ano. Estima-se que até 2030 o total deve quase triplicar. Segundo a Visa Covid-19 Consumer Sentiment, estudo sobre as preferências dos consumidores durante a pandemia na América Latina e no Caribe, 78% dos entrevistados esperam novas tecnologias no futuro e aguardam inovações,como compras em redes sociais, pagamentos por aplicativos de mensagem e outras formas. O estudo também mostra que, em dezembro de 2020, 48% dos consumidores disseram ter usado o pagamento por aproximação (cartões, carteiras digitais e acessórios inteligentes), contra 23% em abril de 2022.