O inverno começa oficialmente no próximo dia 21 de junho – apesar das baixas temperaturas já registradas nas últimas semanas. Uma característica da nova estação é o clima mais seco e, com ele, o aumento das doenças respiratórias. Por isso, é importante reforçar os cuidados com a saúde com dicas simples.
O médico otorrinolaringologista do Hospital Otorrinos Curitiba, Dr. Gustavo Sela, lembra que o clima seco pode piorar as doenças respiratórias porque ele acaba ocasionando o ressecamento das mucosas, tanto da mucosa nasal como das mucosas respiratórias inferiores, fazendo com que apareçam algumas fissuras e deixando a região mais suscetível para que vírus e bactérias se instalem na região e causem uma infecção.
“O tempo seco também aumenta a poluição do ar, então, as partículas de poluentes ficam por mais tempo suspensas, de 2 a 5 dias, e isso faz com que elas entrem em contato com a mucosa respiratória. O tempo seco pode causar quadros de alergia, aumento da espessura das secreções, asma e também problemas pulmonares”, explicou o otorrino.
O que fazer para aumentar a imunidade?
Muitos pacientes buscam vitaminas e outros medicamentos para aumentar a imunidade e ficar longe das doenças do inverno. Mas será que isso funciona mesmo?
Segundo o Dr. Gustavo, a melhor maneira é aproveitar os benefícios dos alimentos para garantir uma saúde melhor.
“Os polivitamínicos acabam tendo vitamina de tudo, então, muitas vezes você acaba tomando vitaminas que não têm necessidade, numa quantidade maior. Temos que tomar cuidado porque não é porque é vitamina que é bom. Em excesso também faz mal. O ideal para aumentarmos a nossa imunidade é ter uma alimentação balanceada, rica em verduras, legumes e fibras. E aí, sim, naquelas vitaminas que o paciente tiver realmente deficiência, como geralmente é o caso da Vitamina D, procurar fazer a reposição, sempre de acordo com orientação médica”, ressaltou o especialista.
Diferença entre gripe, resfriado, rinite, sinusite e coronavírus
O Dr. Neilor Bueno, otorrinolaringologista do Hospital Otorrinos Curitiba, fez um comparativo entre as queixas comuns nesta época do ano: gripe, resfriado, rinite, sinusite e Covid-19. Muita gente fica na dúvida sobre a diferença entre eles, principalmente porque os sintomas costumam confundir os pacientes. Confira:
Resfriado
O resfriado é uma infecção leve das vias aéreas causada por vários tipos de vírus, sendo o rinovírus o mais comum. É muito contagioso e a transmissão ocorre pelo contato com as mãos infectadas ou por meio de espirros ou tosse. Costuma durar, em média, de três a sete dias, porém em alguns casos pode persistir por mais tempo.
“Os principais sintomas do resfriado são: coriza, tosse e espirros. Complicações são raras e incluem o agravamento da asma e infecções bacterianas como sinusites ou otites”, esclareceu Neilor.
Gripe
Já a gripe é causada pelo vírus Influenza. Não se deve confundir com o resfriado, pois apresenta um quadro clínico mais acentuado. Na gripe, o aparecimento dos sintomas é mais rápido (súbito), ao contrário do resfriado, que é mais lento.
A gripe apresenta uma maior taxa de complicações, como a pneumonia. O modo de transmissão é semelhante ao do resfriado, e o tempo da doença pode durar até duas semanas.
Os principais sintomas da gripe são: febre alta, dores no corpo, mal-estar, dor de cabeça, dor nas articulações, perda do apetite, tosse e dor de garganta.
Rinite
A rinite é a inflamação e irritação da mucosa nasal. Ela possui várias causas (poeira e ácaros, por exemplo), e a genética tem grande influência no aparecimento da inflamação, afetando adultos e crianças.
De acordo com o especialista, os principais sintomas da rinite são: congestão nasal, espirros, coceira no nariz e olhos, além da coriza.
Sinusite
A sinusite é uma doença dos seios da face, que pode ser causada por um agente etiológico, por exemplo, uma bactéria ou fungo, ou por alguma obstrução desses seios, como um pólipo.
Alguns sintomas característicos da sinusite são dor facial e dor de cabeça, obstrução nasal, secreção purulenta nasal, tosse, e sensação de ouvido tapado.
Covid-19 – Ômicron
A nova variante Ômicron pode provocar sintomas com menor intensidade em comparação com as demais cepas já conhecidas até então. Os sintomas mais comuns são: dor de cabeça, coriza, dor de garganta e espirros. Para o diagnóstico correto, é indicado a realização do teste de Covid.
Dicas para prevenir as doenças de inverno
Para ficar longe de problemas respiratórios e aproveitar o inverno sem grandes preocupações, o doutor Gustavo listou algumas dicas importantes para enfrentar o clima seco característico da estação:
- ingerir bastante água;
- manter os ambientes sempre bem arejados;
- fazer a higiene nasal com soro fisiológico;
- ao dormir, colocar uma bacia com água ou panos úmidos no quarto, ou optar pelo uso de umidificadores;
- evitar carpetes, tapetes e cobertores de lã, pois juntam muito pó;
- fazer a limpeza do chão com pano úmido;
- evitar a prática de atividade física entre 10h e 17h;
- ter uma dieta balanceada. Na sua rotina alimentar, invista em frutas cítricas (laranja, limão, morango, kiwi, mexerica, etc.), alho (possui ação anti-inflamatória e anti- infecciosa), gengibre, vegetais verde escuros (brócolis, couve, espinafre), oleaginosas
Diretor Técnico do Hospital Otorrinos Curitiba: Dr. Ian Selonke – CRM-PR 19141 | Otorrinolaringologia