Linhas de ônibus de Curitiba já circulam com diesel com conteúdo renovável

Biocombustível avançado pode ser produzido a partir do coprocessamento de óleos vegetais ou gordura animal

Linhas de ônibus de Curitiba já circulam com diesel com conteúdo renovável
Crédito das fotos dos ônibus – Rodolfo Buhrer/Vibra

A Petrobras deu mais um importante passo rumo à maior sustentabilidade da matriz energética brasileira. Três linhas de ônibus de Curitiba (PR) já estão circulando com novo Diesel R5 (com 5% de diesel renovável), produzido pela Petrobras na Refinaria Getúlio Vargas (Repar). Estão sendo fornecidos cerca de 120 mil litros do combustível para ônibus das linhas 617, 650 e 684, com o objetivo de avaliar, em situação real, a influência do novo combustível na redução de emissões, no desempenho e na manutenção desses veículos. Além da Petrobras, participam dos testes com o diesel com conteúdo renovável Vibra Energia, Mercedes-Benz do Brasil e Auto Viação Redentor.

Durante os estudos, serão coletados dados de veículos que circulam com Diesel R5 adicionado de 10% de biodiesel éster, conforme estabelece a legislação.

O novo combustível Diesel R5 é produzido a partir do coprocessamento de óleos vegetais ou gordura animal com óleo diesel de petróleo. O combustível sai da refinaria com 95% de diesel mineral (derivado do petróleo) e 5 % de diesel renovável, também chamado de diesel verde. A Vibra faz a adição obrigatória de 10% de biodiesel éster.

Linhas de ônibus de Curitiba já circulam com diesel com conteúdo renovável
Crédito das fotos dos ônibus – Rodolfo Buhrer/Vibra

O diesel verde ou renovável é um biocombustível avançado, quimicamente igual ao diesel mineral (derivado do petróleo), só que produzido a partir de matérias-primas renováveis, como óleos vegetais, gorduras animais ou até mesmo óleo de cozinha usado. Ele pode ser produzido em unidades dedicadas, ou pelo coprocessamento em unidades de hidrotratamento já existentes, nas quais a carga da unidade é feita com diesel mineral misturado aos óleos vegetais.

Apesar de ainda não ser usada industrialmente no Brasil, a tecnologia de coprocessamento é amplamente utilizada na Europa e nos Estados Unidos, por se tratar da forma mais rápida e barata de se introduzir o diesel renovável no mercado, já que utiliza as unidades industriais existentes nas refinarias de petróleo.

Atualmente, está em discussão no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a possibilidade do diesel renovável, produzido em unidades dedicadas ou por coprocessamento com óleos vegetais, também ser considerado no teor obrigatório de biocombustível no óleo diesel.

Caso seja aceita, a introdução do novo combustível trará vantagens para o consumidor, na medida em que a adoção do diesel renovável, mais moderno, viabiliza a utilização de teores mais elevados de renováveis nos novos motores a diesel. Além disso, propiciará maior competição entre os biocombustíveis para motores a diesel. A concorrência impulsiona a melhoria de qualidade e redução de custos de ambos os produtos (diesel renovável e biodiesel éster).

A Petrobras planeja expandir a produção do diesel com conteúdo renovável para mais duas refinarias no Sudeste e, futuramente, ter uma unidade dedicada ao processamento da matéria-prima renovável. Até 2026, serão investidos US$ 600 milhões com esse objetivo, através do Programa Biorrefino, que se alinha aos objetivos da companhia de desenvolvimento de novas oportunidades em produtos e negócios de menor intensidade de carbono.

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