Empreendimentos de qualquer segmento devem estar atentos a seis dicas fundamentais
Segundo o Índice Global de Inovação (IGI), o Brasil ocupa hoje a 57ª posição com relação a um total de 132 países. O estudo, realizado em 2021, revela um avanço de cinco pontos do país com relação ao estudo anterior, mas ainda expõe o quanto podemos evoluir, quando o assunto é inovação nas empresas brasileiras. No intuito de auxiliar essas empresas, especialistas buscam inspiração no maior hub tecnológico do mundo: o Vale do Silício.
Para a especialista em inovação e business partner da Startse, Ticiana Pereira, os insights que vêm do Vale do Silício são preciosos para inspirar novas ideias e soluções. “O Brasil tem avançado em muitas questões, mas quando olhamos as tendências já disponíveis, principalmente com a inserção da tecnologia 5G no mercado, entendemos que ainda podemos avançar muito. Para isso, as empresas devem refletir sobre o passado, pois a pandemia trouxe importantes mudanças na forma como as pessoas consomem, trabalham, estudam e se relacionam, ter um pé no presente e outro no futuro”, conta.
“A transformação digital já é uma realidade e ninguém escapa dela. O ecossistema de inovação também é algo que já não é possível controlar…”
Sobre o futuro, Ticiana elenca alguns grandes temas que devem direcionar a competitividade dos negócios até 2030: a transformação digital, a gestão de um ecossistema de inovação e a indústria 4.0. “A transformação digital já é uma realidade e ninguém escapa dela. O ecossistema de inovação também é algo que já não é possível controlar, sendo assim a sua gestão toma uma grande proporção interna e externamente nas empresas, que devem, cada vez mais, ter a capacidade de se relacionar com startups, universidades e centros de pesquisas, além de terem mais flexibilidade para fazer parcerias com outras empresas, fornecedores e clientes. Já a indústria 4.0 traz a necessidade de incorporação de tecnologias como inteligência artificial, data science, realidade aumentada e machine learnig”, explica a especialista.
Na busca dessa nova realidade, as empresas devem estar ligadas em ao menos seis tendências que vêm ditando os trabalhos no Vale do Silício:
1 – Metaverso – o mundo onde o universo da vida física e virtual se misturam, é cada vez mais real e apesar de ainda ser incipiente, não se pode negar a sua existência, quanto menos seu potencial comercial. Esse é o futuro da internet.
2 – Realidade Aumentada e Virtual – caminhando ao lado do metaverso, proporcionam a experimentação de universos híbridos entre o real e o virtual. Grandes empresas já usam a realidade aumentada para fortalecer suas vendas e marcas, como, por exemplo, e-commerce de imóveis e decoração, onde oferece-se a visualização proporcional do produto em relação ao ambiente real.
3 – NFT – considerada a palavra do ano, os tokens não fungíveis devem ser as principais apostas de artistas e influenciadores de todo o mundo.
4 – Criptomoedas/ bitcoins – além de ser um ativo em alta no mercado financeiro, as moedas eletrônicas devem começar a serem aceitas como forma de pagamento, se consolidando no mercado mais rápido do que se imagina.
5 – Blockchain – é simplesmente o meio de registro mais seguro do mundo pois elimina a duplicação de dados através de um grande arquivo compartilhado de registros de transações em blocos gerado pelo código hash. A tecnologia é usada nos bitcoins, bolsa de valores, bancos e empresas que precisam ter registros de segurança extrema, como seguradoras.
6 – Internet do comportamento – é a tecnologia usada para entender o comportamento humano, que deve se aprimorar muito, usando para isso: dados, inteligência artificial e até mesmo as assistentes como Alexa, Google Assistente e Siri. O intuito é entender os hábitos e, com isso, passar a oferecer exatamente o que os usuários precisam, na hora certa.
Ticiana Pereira é CEO da Burn Be the Innovation, empresa especializada em transformação digital para empresas, mestre em Engenharia de Produção/Sistemas, Business Partner da Startse e autora dos livros: “Análise de Projetos e Orçamento Empresarial”, “Avaliação de Desempenho” e “Treinamento e Desenvolvimento”. Possui vivência tecnológica nos EUA (Vale do Silício), China (Shenzhen, Hangzhou, Shanghai e Yiwu) e Canadá (Universidades de Mcgill, Montreal e Polytechniques), atuando há mais de 15 anos no ecossistema de inovação no Paraná através da conexão entre startups, incubadoras, aceleradoras, empreendedores, mentores e investidores utilizando das maiores plataformas de tecnologia do Brasil e mundo.