O Dia Nacional do Teste do Pezinho é comemorado em 6 de junho, exame que detecta precocemente doenças que podem colocar em risco a saúde do bebê. De acordo com a pediatra e neonatologista Juliana de Matheus, do Neocenter Maternidade/Belo Horizonte, a data foi instituída pela Lei nº 11.605/2.007, com o objetivo de informar à população os objetivos do Programa Nacional de Triagem Neonatal, que aborda a importância da realização do teste e sua obrigatoriedade para todos os recém-nascidos.
Para a pediatra, “a data é um avanço na assistência ao recém-nascido, pois trata-se de um programa de saúde pública para prevenir as complicações e sintomas das doenças investigadas e que não apresentam sintomas no período neonatal”.
Atualmente, o Teste do Pezinho detecta seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal e deficiência de biotinidase, mas, a Lei nº 14.154, sancionada em 26 de maio de 2021, ampliou para 50 o número de doenças raras detectadas pelo teste do pezinho realizado pelo SUS, aprimorando mais ainda o Programa Nacional de Triagem Neonatal. Essa ampliação ocorrerá de forma escalonada e as mudanças devem entrar em vigor 365 dias após a publicação da lei, ou seja, a data da ampliação do teste está próxima. Vale lembrar, ressalta a Dra. Juliana de Matheus, “que nos serviços particulares já conseguimos ampliar este teste”.
Benefícios – Conforme explica a médica, o Teste do Pezinho traz muitos benefícios para o recém-nascido, como a chance de ser diagnosticada precocemente uma série de doenças e receber um tratamento específico, que permite diminuir ou eliminar possíveis lesões irreversíveis, e, até mesmo, evitar a morte. “Caso os pais não façam o exame em seus filhos e a criança for portadora de alguma doença rara, certamente terá problemas no desenvolvimento físico e mental”, alerta.
Sobre o procedimento, a médica informa que “o Teste do Pezinho é feito a partir da coleta de pequenas gotas de sangue do calcanhar do bebê, que são colocadas em um papel de filtro, que e enviado para o laboratório, para que sejam feitas as análises e verificada a presença de alterações”.
A coleta de sangue deve ocorrer, preferencialmente, entre o terceiro e o sétimo dias de vida do bebê e sempre após 48 horas da primeira amamentação/alimentação do recém-nascido. Não há impedimento de coleta para as crianças que passarem do prazo indicado. Porém, quanto mais cedo ela for realizada, mais precocemente será iniciado o tratamento dos pacientes afetados, destaca.
Redução de doenças – Finalizando, a Dra. Juliana de Matheus enfatiza que a implantação do Teste do Pezinho foi uma grande evolução, “pois foi possível reduzir significativamente a mortalidade, sequelas, sofrimento e custo social, causadas por doenças congênitas graves”. Nesse sentido, ela reforça para os pais “não deixarem de realizar o Teste do Pezinho em seus bebês. O diagnóstico precoce é extremamente importante para a cura ou redução de sequelas”.