Arquitetas Ieda e Carina Korman mostram como trazer funcionalidade e beleza a diversos ambientes do lar usando essas peças coringas em diferentes ambientes
O recamier é aquela peça-chave que ajuda a compor o décor de diversos ambientes da casa. Com um design que comporta em várias cores, tecidos e montagens, este clássico originário da França foi assim nomeado em homenagem à Madame Récamier, eternizada pelo artista Jacques-Louis David em uma pintura do ano 1800. Nela, a socialite posa para a obra sentada neste item de braços altos e ligeiramente curvados. Desde então, o móvel e outros tipos de bancos vêm ganhando cada vez mais espaço na decoração, saindo das telas e conquistando o mundo do design de interiores.
Pensando nisso, as especialistas à frente do escritório Korman Arquitetos, Ieda e Carina Korman, mostram como utilizar recamiers e bancos para harmonizar funcionalidade e decoração.
Recamiers x Bancos
À primeira vista, o clássico francês pode parecer ‘apenas’ um banco, mas as profissionais explicam que este não é o caso. O que diferencia o recamier dos bancos são os encostos e/ou braços que geralmente não estão presentes no primeiro.
Em suas versões mais clássicas, o recamier apresenta braços bem altos e curvados, só que, em outros estilos, essas características não são obrigatórias. Já os bancos apresentam um leque amplo de possibilidades, conseguindo se encaixar bem em variados estilos decorativos como o industrial, rústico e o contemporâneo, entre outros.
Como usar
“Se engana quem pensa que o recamier é sempre mais elegante. Existem bancos muito sofisticados… Tudo depende do design da peça e da sua intenção”, afirma Ieda. Ela ainda comenta que, além de uma bela adição à estética, ambos contribuem com uma boa dose de funcionalidade, podendo servir de apoio na frente da cama, divisão de ambientes na sala e assento para descanso nos halls.
O banco, que geralmente ocupa menos espaço, pode compor a entrada de uma casa ou apartamento no lugar de um aparador – escolha que é bem comum nas moradias, mas não oferece tanta praticidade. Uma peça descolada, com um acabamento diferente, consegue elevar a ambientação até de uma pequena área como esta.
Carina complementa: “por se tratar de um móvel de descanso, eles são mais comuns nos quartos ou até mesmo em um canto da sala, mas não existe apenas um local certo para ele”.
Tamanhos
Para não errar no tamanho da peça, as arquitetas recomendam analisar cuidadosamente as dimensões do espaço. Por exemplo, aos pés da cama, o ideal é que o recamier ou banco seja da mesma largura do móvel para não atrapalhar a circulação. Já a altura pode ser igual ou menor, mas nunca maior, evitando que o móvel atrapalhe a visão.
Ieda e Carina dão preferência a uma combinação de funcionalidade e apelo visual, sempre respeitando as dimensões do cômodo. Por mais que a ideia de inserir um recamier ou banco seja atrativa, ela não pode se sobrepor à realidade daquele ambiente. Por exemplo, nunca se deve sacrificar o trecho de circulação em frente à cama caso ele seja um dos únicos disponíveis para passagem. O arquiteto deve que se perguntar, antes de planejar o uso da peça, em previsões que englobam o dia a dia dos moradores com esta área reduzida e se, por conta do móvel, não haverá um estresse na rotina dentro do ambiente.
Estilos
Já quando o assunto é estilo, as limitações são praticamente inexistentes. O banco ou recamier ajuda a consolidar a ambientação, seja ela qual for. No entanto, vale notar que o primeiro evoca uma natureza mais clássica — razão pela qual vemos esta peça em tantos filmes de época. Para trazer a contemporaneidade, o arquiteto pode apostar em cores fortes e materiais marcantes.