Consumo de motos de baixa cilindrada torna-se realidade no país

Com a tendência do comportamento de consumo e a necessidade por segurança, o mercado segurador adaptou oferta de seguros para atender demanda

Consumo de motos de baixa cilindrada torna-se realidade no paísCom o aumento do preço do combustível e dos valores de venda de carros, a volta da intensa circulação de veículos nas ruas, o crescimento de serviços de delivery/e-commerce e, consequentemente, a necessidade diária de locomoção das pessoas para o trabalho, as motos têm atraído cada vez mais consumidores.

Um dos principais consumos dos motociclistas, devido à facilidade de condução e ao preço mais acessível, são as motos de baixa cilindrada, como as scooters, as famosas “lambretas/ vespas”. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), nos últimos 10 anos o segmento de scooters cresceu mais de 10%. Em 2011 eles representavam 21,3% do acumulado de motos emplacadas, já em 2021 totalizou 33% de emplacamentos.

Atualmente, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a circulação de motos nas ruas está 32% maior que no 1º semestre de 2021. Contudo, paralelamente a esse aumento, cresce o número de acidentes, roubos e furtos. Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-PR) mostram que no primeiro trimestre deste ano (janeiro, fevereiro e março) houve o total de 3.197 furtos de veículos, um aumento de mais de 14% se comparado ao mesmo período de 2021 com 2.801 registros.

Visando esse crescente mercado de motociclistas, as seguradoras estão criando alternativas de seguros para motos com menores cilindradas. Recentemente, a Zurich Seguros lançou um novo produto: o seguro “Zurich Moto”. O objetivo, de acordo com o Superintendente de Automóvel da Seguradora Zurich, João Merlin, é justamente focar em quem estava desassistido: “Queremos garantir mais tranquilidade e segurança aos segurados que utilizam sua moto para viagens aos fins de semana e, também, para aqueles que utilizam scooters para locomoção diária nas grandes e pequenas cidades”, afirma.

O produto, mesmo ainda novo na companhia com cerca de 6 meses de lançamento, já representa 5% do volume total de cotações (auto+moto). “Nossa área de produtos já iniciou estudos de oportunidades para incrementar ainda mais a oferta, tais como novas coberturas, assistências, segmentos de atuação, entre outras”, relata o superintendente.

Dada a flexibilidade da contratação de coberturas como a de roubo e furto, o produto visa atender as diferentes necessidades dos motociclistas de todo o país. “Cada cliente pode personalizar sua apólice com as coberturas que considerar mais adequadas à sua realidade. Temos demanda de proprietários de scooters que utilizam a moto para locomoção diária nas grandes e pequenas cidades, como um meio alternativo de transporte”, finaliza João Merlin.

Luiz Longobardi Junior, diretor de Distribuição e Mercado (CCO) da Rede Lojacorr, aponta que, no geral, as vendas de seguros para esse tipo de produto estão em constante crescimento. “Percebemos que existe procura, mas que há também mais soluções para o segurado por parte das seguradoras e dos corretores que estão oferecendo as soluções para essa realidade de consumo dos motociclistas. Hoje, na Lojacorr, são mais de 7 milhões em produção de seguro de motos, de janeiro a julho deste ano”, relata.

O diretor também explica que é de extrema importância ter a motocicleta assegurada, independente do porte, marca e finalidade de uso. “O seguro de motos é um produto em expansão. Mesmo se utilizada apenas para passeio, para viajar ou trabalhar, é necessário considerar ter os riscos cobertos, minimizar as perdas diretas relacionadas a furto, roubo, acidentes e a problemas de funcionamento. Também com o seguro, as pessoas conseguem evitar custos altos e repentinos, e até garantir um veículo reserva em caso de acidente ou o valor da moto caso seja roubada. O maior benefício do seguro é a tranquilidade”, afirma o diretor.

Ainda que dados mostrem esse crescimento de produção e vendas de motos, a porcentagem de motos que não possuem seguro ainda é alta. Um dos principais motivos da baixa adesão é a falta de conhecimento sobre o seguro adequado às necessidades de cada consumidor, os valores ou até mesmo se o seguro de moto é igual ao de carro. Nessa negociação, Diogo Arndt Silva, sócio fundador e CEO da Rede Lojacorr, destaca que o melhor meio de adquirir o seguro é através do corretor de seguros. “Hoje fazer um seguro com um corretor é fundamental. Ele estuda o mercado, analisa a situação de cada cliente e consulta todos os riscos, identificando as necessidades individuais e trazendo uma solução viável na cotação final. Tudo isso para garantir que o cliente se proteja mais e melhor”, defende o presidente.

Aumento de produção e vendas

Além da mudança de comportamento de consumo por motos de baixa cilindrada, dados recentes mostram que o segmento de motocicletas no geral está aquecido no País. De acordo com o Superintendente de Automóvel da Seguradora Zurich, João Merlin, “no ano passado, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) registrou a produção de mais de 1,19 milhão de motocicletas, volume 24% maior do que registrado em 2020. Já as vendas cresceram 26% no mesmo período”, relatou.

Este ano, o crescimento da comercialização também foi notável. Ainda segundo a Abraciclo, ao todo, neste primeiro semestre já foram produzidas mais de 671 mil motos. Dados da Fenabrave também demonstram esse aumento e apontam que de janeiro a julho deste ano, a produção cresceu mais de 18% se comparado ao mesmo período do ano passado. As motos mais vendidas são as de baixa cilindrada. Entre os motivos da alta na procura por esses modelos de “menor porte”, além do que já foi mencionado, está a aprovação do Senado sobre a isenção do IPVA (Imposto sobre Veículos Automotores) para motos de até 170 cilindradas.

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