Apesar de terem perfis considerados inquietos por algumas gerações, pesquisa mostra que 34% destes jovens buscam estabilidade nas empresas.
Nascidos entre 1995 e 2010 a Geração Z, ou pós-millennials, representam 23% da população brasileira, é o que apontam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses jovens, que representam 23 milhões de postos de trabalho atualmente, são ambientados com a tecnologia, preocupados com a sustentabilidade e contam com ambições próprias, que podem ser refletidas na forma como se comunicam, nos hábitos de consumo e nas projeções de carreira.
Para o consultor de carreira e negócios da ESIC, Alexandre Weiler, entender as características da geração Z é importante para que as empresas passem a conhecer esse público-alvo e saibam como criar um cenário promissor de oportunidades, que estimule o crescimento dessa geração tão disruptiva no mercado de trabalho. “Essa é uma geração que assusta muitos gestores e empresários de gerações distintas, porém nada mais são do que jovens que procuram mais espaço para desenvolver suas ideias, aproveitando os recursos digitais existentes. Estão mais conectados com o bem-estar e a saúde mental e buscam reconhecimento pelos esforços, flexibilidade nas jornadas e uma comunicação mais assertiva por parte das empresas”, explica.
Apesar de terem um perfil mais desafiador, uma pesquisa realizada pela ThoughtExchange, apontou que 34% dos jovens têm planos de ficar nas empresas por pelo menos cinco anos e 28% planejam ficar por tempo indeterminado. O desafio é entender como encaixar as expectativas desses jovens nas empresas. “Existem pontos bem claros nas buscas da Geração Z quando o assunto é trabalho. Questões que devem ser consideradas pelos empregadores e que, muitas vezes, podem ajudar a empresa a ser ainda melhor, como clareza nos propósitos da empresa, espaço para a inovação, fortalecimento da cultura do feedbacks e uma gestão mais horizontalizada que ofereça mais voz e espaço aos colaboradores. É uma experiência entre gerações e ambas têm muito o que aprender uma com a outra”, conta Weiler.
Como evitar as demissões e atrair talentos
O consultor explica que a Geração Z é também considerada uma geração que não tem medo de pedir demissão e também possuir muitos adeptos da “demissão silenciosa” o quiet quitting, sendo assim, para atrair e reter uma geração tão digital, uma boa solução é fortalecer a tecnologia e harmonizá-la com o lado mais humano das organizações.
“Diferente de alguns anos atrás, hoje o mercado de trabalho não é ditado apenas pelas empresas, pois esses jovens já têm uma grande capacidade para a inovação, pois são estimulados para criatividade e tem acesso a mais conhecimento desde a infância, então, se as empresas querem absorver o melhor dessa força de trabalho, elas precisam estar à altura. Uma boa solução é investir em tecnologias como plataformas de gestão que automatizam tarefas corriqueiras e repetitivas, melhorar processos, munir os profissionais com dados e metas desafiadoras, além de manter esses profissionais engajados em torno de objetivos que realmente inspirem comprometimento. Isso impulsiona a visão de que há oportunidade de crescimento dentro da empresa, de que há espaço para transparência e ideias que realmente contribuam para a organização, algo que também é fundamental para a Geração Z.”, finaliza.
Características da Geração Z:
São mais digitais
São mais sociais
São mais realistas
São mais empreendedores e intraempreendedores
Gostam de ser valorizados pelos seus esforços
Gostam de explorar e desenvolver várias habilidades ao mesmo tempo
Querem líderes que se preocupem com o desenvolvimento pessoal e profissional.
Para os integrantes da Geração Z uma recomendação relevante: desenvolvam as competências acima ao máximo e busquem aprender e integrá-las com as competências das outras gerações, pois as empresas e o mercado sempre buscarão profissionais e empresas que tenham capacidade de atuar engajados e dar resultados.