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Glaw Nader se une a Sérgio Pererê em poderosa versão de “Samba em Prelúdio”

Após se debruçar sobre os afrosambas, a cantora e compositora Glaw Nader busca o amor em uma das mais belas composições da música brasileira em uma versão de “Samba em Prelúdio”, em um dueto com Sérgio Pererê. A artista faz da sua arte um caminho para ressignificar a música afrobrasileira e trazer de volta o protagonismo para artistas negros relegados ao segundo plano. Atualmente ela trabalha Baden Powell, instrumentista e compositor negro imortalizado até então, principalmente, por vozes brancas. O lançamento antecipa o álbum “Tempo de Amor” e chega com um clipe.

“‘Samba em Prelúdio’foi das músicas mais difíceis de escolher um caminho, um arranjo, uma proposta que fizesse jus ao tamanho da obra, e que também trouxesse algo novo. A escolha foi a do ‘menos é mais’. É a música mais enxuta, por assim dizer em termos de instrumentação: violão e contrabaixo acompanham o dueto entre mim e Sérgio Pererê. É a única canção deliberadamente romântica do disco, e era bem importante pra mim, manter a estética  de duo nessa música, assim como manter o contracanto. A primeira exposição da música se apoia na harmonia já conhecida da música, e no contracanto, há uma rearmonização, que dialoga bastante com a estética da harmonia mineira, que a gente sente tão presente na música de Milton Nascimento, de Toninho Horta. E essa é a surpresa estética e sonora. Pra completar,  ao invés da posição habitual no dueto, eu e Pererê trocamos de lugar no texto e isso arremata lindamente a nossa versão“, resume a artista paulistana, atualmente radicada em Belo Horizonte.

A realização do projeto celebra, com novas cores, um repertório tão intimamente conhecido pela cantora, desde que estudava os afro-sambas para o Duo  Alma e Raiz, formado ao lado do violonista Wagner Raposo a partir de 2016. Agora, em 2022, Glaw mergulha ainda mais profundo na obra de um dos instrumentistas e compositores mais importantes da música brasileira, mas faz isso sob a perspectiva de uma intérprete que valoriza a história do autor e a sua própria, sua pele e sua voz. A primeira parte do projeto, com o EP “Canto de Xangô”, trazia afro-sambas.

“Tempo de amor” será o debut de Glaw Nader, com um repertório que coloca a negritude em primeiro plano – não só a de Baden Powell, como a da própria cantora. Nos arranjos, surge a presença marcante de  instrumentos de percussão e um violão modal que remete ao estilo tão característico do próprio homenageado. Além das quatro faixas já reveladas no EP “Canto de Xangô”, o disco trará outras 10 canções, tudo interpretado pelo vocal potente de Glaw e  pela banda  formada por metais, percussão, violão, baixo, bateria e teclado. Os arranjos são do guitarrista Samy  Erick e incluem clássicos como “Cai dentro”, “Lapinha”, “Labareda” e “Deixa”.

 

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