A cirurgia robótica é um avanço em procedimentos minimamente invasivos, permitindo agilidade nos procedimentos complexos e melhor recuperação para o paciente
A cidade de Londrina realizou a primeira cirurgia robótica gastrointestinal no interior do Estado, na última semana. Realizada pelos médicos oncologistas da Pro Onco / Oncoclínicas Londrina, Mário Liberatti e Rafael Neiva, no Hospital Santa Casa de Londrina, a gastrectomia – cirurgia de retirada de parte do estômago, foi realizada com o robô Da Vinci, equipamento de última geração, compacto e portátil que passa a fazer parte da rotina dos médicos londrinenses no tratamento dos pacientes com indicação cirúrgica. Seu diferencial é que pode ser controlado à distância pelos médicos – inclusive em outra cidade ou país com precisão e segurança durante todo o procedimento.
“A cirurgia robótica é um avanço da cirurgia minimamente invasiva (ou laparoscópica). Os braços do robô permitem ao cirurgião mais agilidade e destreza na realização de procedimentos complexos. Assim, com menores incisões, a recuperação e alta do paciente é ainda mais rápida e com trauma cirúrgico menor, pois permanecem menos tempo no hospital, reduzindo o risco de infecções e outras complicações”, explica Liberatti. Nesta modalidade de cirurgia, um braço robótico imita os movimentos do cirurgião, ampliando sua precisão. Ele oferece aos pacientes a perspectiva de uma cirurgia mais eficaz, segura e uma recuperação pós-cirúrgica com menor risco de intercorrência.
Segundo o médico, o cirurgião se beneficia do uso da imagem em 3D produzida por uma câmera de alta resolução acoplada a um dos braços do robô, permitindo maior definição dos detalhes anatômicos e estruturais ao longo do procedimento, que é feito com o auxílio de uma minúscula câmera de vídeo e instrumentos em miniatura especialmente projetados.
“Todos que manuseiam o equipamento passam por um processo de formação específico. Aliado a isso, a equipe hospitalar também possui formação diferenciada, garantindo uma segurança maior ao paciente na busca por melhores resultados no tratamento de cada doença”, explica.
A cirurgia robótica está disponível para uma variedade grande de procedimentos. Na oncologia, o uso desta tecnologia passou a ser um grande fator de auxílio da equipe médica no tratamento de casos de altíssima complexidade. De acordo com estudos, que compararam o procedimento assistido por robô com outras técnicas cirúrgicas, a robótica oferece resultados oncológicos com menor risco de sangramentos e, com isso, reduzindo a necessidade de transfusão de sangue.
“Nossa primeira cirurgia foi feita em uma paciente de 61 anos, com câncer gástrico e submetida a uma gastrectomia total, ou seja, retirada total do estômago. O resultado foi muito satisfatório: em seis dias a paciente já teve alta, contra 10 dias (em média) em uma cirurgia tradicional, porém com menos cicatrizes, sangramento mínimo e, com tudo isso, menos dor pós-operatória. Foi um sucesso”, comemorou Rafael Neiva.