Setor de imóveis residenciais usados vive biênio fora da curva em Curitiba

Tanto na locação quanto na venda, os indicadores curitibanos são os melhores desde 2014; crédito farto e incertezas econômicas favoreceram o investimento em imóveis, considerados uma moeda forte

Dados do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), integrante do Sistema Secovi-PR, referente ao mês de novembro mostram que tanto a locação quanto a venda de imóveis residenciais usados vive um período extremamente positivo em Curitiba. De uma maneira geral, as últimas pesquisas da entidade sobre o setor já apontavam que os anos de 2021 e 2022 registraram os melhores indicadores desde 2014 nos dois segmentos.

“Trata-se de um período fora da curva, que foi complexo para diversos setores da economia mas que para o nosso mercado foi extremamente produtivo”, destaca o presidente do Inpespar e vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR, Luciano Tomazini.

O índice de Venda de Usados Sobre Oferta (VUSO) de imóveis residenciais para o décimo primeiro mês de 2022 fechou em 4,3%. A média do ano (janeiro a novembro) ficou em 4,9%, segundo melhor resultado desde 2014, atrás apenas dos 6% apresentados em 2021. São índices bastante altos; basta observar o registrado nos últimos anos: 3,7%, em 2020; 2,8%, em 2019; 2,6%, em 2018; e 2,3%, em 2017.

Tomazini ainda explica que, no período, o mercado vivenciou um alto volume de compras financiadas, o que demonstra crédito farto e juros convidativos. Houve momentos, por conta da taxa Selic baixa, que os juros estiveram menores do que o costume, mas mesmo quando subiram novamente permaneceram em patamar convidativo. Significa que aquelas pessoas que estavam acompanhando e estudando o melhor momento para a compra não deixaram passar a oportunidade. Para o presidente do Inpespar, a velha máxima de que “imóvel é moeda forte” segue verdadeira.

“O período eleitoral trouxe reflexos ‘negativos’ ao mercado imobiliário, porque sentimos uma leve queda nas vendas no final do ano, mas que ainda assim não teve tanto impacto na média”, pontua.

Isso porque, segundo Tomazini, a leve queda nas vendas foi registrada naquelas transações realizadas com financiamento, mas que foram equilibradas por um leve aumento nas vendas à vista.

“Esse movimento pode indicar o receio das pessoas em contrair financiamento de longo prazo e, por outro lado, o movimento de investimento mais conservador, trazendo recursos para um ativo de lastro mais garantido, o imóvel”, comenta o especialista, acrescentando que a locação residencial atingiu, neste ano, o melhor resultado desde 2014, o que também serviu para empolgar o investidor. “A média do índice de LSO [Locação Sobre Oferta] para os imóveis residenciais ficou na casa dos 26,3% entre janeiro e novembro, ou seja 7,3 pontos percentuais [p.p.] a mais do que os 19% registrados em 2021, que era, até então, o ano mais expressivo desde 2014”, finaliza.

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