Doses de reforço garantem a imunização completa em crianças, adolescentes e adultos

Entenda por que o reforço da vacinação é fundamental para garantir a saúde de toda a população

Enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Katia Oliveira

Dados do Ministério da Saúde apontam que a cobertura vacinal da população vem caindo rapidamente nos últimos anos, com menos de 59% dos cidadãos imunizados em 2021 e 48% com doses de reforço, como a da covid-19, por exemplo. Essa queda preocupa os órgãos de saúde e fazem um alerta sobre a importância de manter o calendário de vacinação em dia, cumprindo inclusive e de forma irrestrita as doses de reforço, que protegem contra diversas doenças.

Segundo a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Katia Oliveira, as vacinas têm a função de treinar o sistema imunológico para que este “aprenda” a se defender de microrganismos como as bactérias e os vírus. “Quando o corpo tem um primeiro contato com a vacina ele programa uma resposta que fica registrada na memória fisiológica, desta forma, caso a pessoa entre em contato com algum microorganismo que pode ser um agente causador de doenças, o organismo consegue oferecer uma resposta rápida, evitando que a doença se estabeleça. É o que chamamos de imunidade”, explica.

Porém esta proteção pode diminuir com o passar do tempo, sendo fundamental tomar as doses adicionais e de reforço para que o nosso corpo consiga “lembrar” e reprogramar a imunidade. “Existem vacinas altamente imunogênicas e que oferecem uma resposta imune forte, com uma célula de memória muito efetiva. Essas vacinas imunizam para o resto da vida com apenas uma ou duas doses, como é o caso das vacinas contra a rubéola, catapora, febre amarela e sarampo, pois são feitas com o vírus vivo atenuado, que imita a infecção de forma natural. Porém, nem todas as vacinas são desenvolvidas com essa tecnologia, o que exige doses de reforço contínuas”, conta a especialista.

Kátia explica que os esquemas vacinais são criados por meio de estudos rigorosos que visam assegurar a proteção efetiva da população, portanto é fundamental que ele seja cumprido de forma integral, com todas as doses recomendadas, inclusive os reforços. “Algumas doenças acometem apenas as crianças, não sendo necessário doses de reforço na fase adulta – apenas quando há risco. Já outras como o tétano, a difteria e a coqueluche, que exigem doses de reforço pelo resto da vida, pois são doenças que podem acometer em qualquer idade”.

Doses de reforço por idade
Segundo Kátia, na primeira infância o volume de vacinas recomendadas é maior, por isso os pais devem estar atentos às recomendações de vacinação seguindo o calendário vacinal e as indicações médicas. “A vacina como hepatite B é ministrada nas primeiras 12 horas de vida, com esquema que pode ser de três a quatro doses, dependendo da vacina utilizada. A tetra viral deve ser aplicada aos 15 meses para crianças que já receberam a primeira dose da tríplice viral aos 12 meses. Já a VIP (vacina inativada poliomielite) deve ser aplicada em três doses nos primeiros meses de vida. A vacina contra febre amarela deve ser aplicada aos nove meses e novamente aos quatro anos de idade, por exemplo”.
Já na idade da adolescência e na fase adulta os cuidados devem ser continuados, com reforços contínuos e aplicações sazonais. “A vacinação deve continuar em todas as idades, incluindo as doses de reforço. Por exemplo, a vacina contra difteria deve ser repetida a cada 10 anos, caso a pessoa tenha o esquema de vacinação básico completo. Já a vacina contra a influenza deve ser tomada em doses anuais. As meningocócicas, que previnem contra diversos tipos de meningite, devem ser reforçadas segundo o calendário vacinal”, finaliza Kátia.

Confira algumas vacinas que contam com reforço:
Hepatite B – Para recém-nascidos: administrar uma dose ao nascer e completar o esquema de vacinação contra hepatite B com a combinada vacina penta (vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B recombinante) e Haemophilus influenzae B (conjugada), aos dois, quatro e seis meses de idade.

Pentavalente – Administrar três doses, aos dois, quatro e seis meses de idade, com intervalo de 60 dias entre as doses.

VIP – Administrar três doses, aos dois, quatro e seis meses de idade, com intervalo de 60 dias. Em situação epidemiológica de risco, o intervalo mínimo pode ser de 30 dias entre elas.

Pneumocócica 10 valente – Pela rede pública, administrar duas doses nos primeiros dois meses de vida. Já na rede privada são três doses de Prevenar 13, a partir dos seis meses de idade, com intervalos de dois meses e uma dose de reforço aos 15 meses.

HPV – Administrar duas doses da vacina HPV com intervalo de seis meses entre a primeira e a segunda dose para meninos e meninas de 9 a 14 anos. Não administrar a vacina em meninas grávidas, que tiveram reação grave à dose anterior ou a algum componente da vacina.

Influenza – Crianças acima de seis meses, adolescentes e adultos também devem se vacinar anualmente.

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