A campanha Fevereiro Laranja tem como objetivo a conscientização sobre as leucemias que podem atingir pessoas de qualquer idade e que têm o seu início na medula óssea, local onde são fabricadas as células sanguíneas que dão origem às plaquetas, aos glóbulos vermelhos e aos glóbulos brancos. Neste mês também são reforçadas ações sobre a importância da doação de medula óssea.
O hematologista Eduardo Cilião Munhoz, do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP e do Mantis Diagnósticos Avançados, explica que “A leucemia é um tipo de câncer que ocorre quando a produção de células sanguíneas, feita na medula óssea, sai do controle, levando a um desequilíbrio entre os glóbulos brancos e vermelhos no sangue.”
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a leucemia atingirá 11.540 brasileiros entre 2023 e 2025. Isso corresponde a 6.250 novos casos entre os homens e 5.290 entre as mulheres. Existem quatro principais tipos de leucemia, que são: Leucemia Mieloide Aguda (LMA), Leucemia Mieloide Crônica (LMC), Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) e Leucemia Linfocítica Crônica (LLC). O tratamento para cada tipo de leucemia irá variar de paciente para paciente.
De paciente a enfermeira: uma história de superação
Aos 12 anos, Mayara Nascimento Majevski foi diagnosticada com Leucemia Mieloide Aguda (LMA). Com a fase aguda da doença, ela precisou ficar internada por um mês para tratamento com quimioterapia. Filha única de seu Januário e dona Tereza, o tratamento quimioterápico precisava dar certo, pois não havia irmãos para fazer doação de medula caso fosse necessário. O tratamento foi longo e doloroso. Em 2007, veio a remissão: a doença estava sob controle. Contudo, era preciso fazer a manutenção – bateria anual de exames – até 2008.
Agora, aos 28 anos, a enfermeira com especialização em Enfermagem Oncológica e que atua no Instituto de Oncologia do Paraná – IOP relembra que “Em meu período de internamento, pude sentir a dedicação da equipe de enfermagem no cuidado, zelo e carinho aos pacientes. A opção por trabalhar com pessoas em tratamento oncológico foi de foro íntimo, pois já passei pelo que hoje elas passam, e tento aliviar o sofrimento delas da melhor maneira possível, seja procurando uma boa veia para punção, seja ouvindo-as. Aqui, procuro fazer os procedimentos com delicadeza e muito cuidado. Me identifiquei com a instituição por todo esse lado de humanização que apregoa, aliado ao respeito e cuidado integral do paciente.”
Doação de medula óssea
A campanha Fevereiro Laranja também visa incentivar as pessoas a serem doadoras de medula óssea. Para tanto, é necessário realizar um cadastro no órgão que busca doadores no Brasil e nos registros estrangeiros, o chamado Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Também é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade, estar com a saúde geral em bom estado, não ter doença infecciosa ou incapacitante, não possuir diagnóstico oncológico, doenças hematológicas ou do sistema imunológico. Algumas questões de saúde não impedem a doação, mas é necessária a análise de cada caso por um especialista.