7 formas de valorizar as mulheres na gastronomia

Saiba como fazer parte da luta pela equidade no setor; Pesquisa realizada pela Ipsos e Stella Artois, mostra os desafios e as ambições dessas profissionais

Março marca um momento relevante da luta feminina por melhores condições de trabalho, tendo seu ápice no dia 8, ocasião em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Apesar de a data ter sido criada em 1910, ainda hoje o tema se faz extremamente atual, especialmente para alguns segmentos invisibilizados, como na gastronomia. De acordo com uma pesquisa feita em 2022 pela Ipsos e Stella Artois, 50% das mulheres concordam que a cozinha doméstica é vista pela sociedade como um trabalho para a mulher. Por isso, foi inevitável que este local, encarado como “naturalmente feminino”, se tornasse cenário para mobilizações importantes por parte das trabalhadoras no setor da gastronomia.

Selecionamos sete sugestões práticas que podem ser inseridas no dia a dia e ao mesmo tempo aumentar o engajamento na luta pelo protagonismo feminino e equidade na gastronomia. Confira!

1. Desprenda-se de pré-julgamentos

Procure conferir o trabalho de restaurantes comandados por mulheres sem contar com ideias pré-concebidas sobre a capacidade feminina. Segundo a pesquisa, 35% das entrevistadas concordam que muitas mulheres têm sua capacidade de cozinhar questionada só por serem mulheres. 

2. Procure saber quem está por trás do restaurante que você frequenta

O local é comandado por uma mulher? Ela faz parte de algum grupo minoritário? Estas são algumas questões importantes para se ter em mente, ainda mais quando a intenção é valorizar espaços de pessoas que são historicamente desvalorizadas. A desigualdade no campo da gastronomia, assim como em outros setores, é ainda maior quando traçamos um recorte de raça. Segundo a pesquisa da Ipsos com Stella Artois, mulheres negras e pardas estão mais concentradas em cargos que não são de liderança. Além disso, 47% das mulheres entrevistadas concordam parcial ou totalmente que entrar na profissão é bem mais difícil para uma mulher negra do que para uma mulher branca. 

3. Já visitou um restaurante comandado por uma chef mulher hoje?

Marque um encontro ou uma noite entre amigos em um restaurante que você sabe que é comandado por uma mulher. Aumentar a clientela de empreendimentos gastronômicos femininos impacta muito no sucesso do restaurante. Ainda segundo o estudo, locais comandados por mulheres faturam menos – proprietárias mulheres lideram estabelecimentos com faturamento anual de até R＄ 97 mil (45%), enquanto 41% dos homens são donos de estabelecimentos com faturamento anual acima de R＄ 97 mil e até R＄ 4,8 milhões.

4. Vai postar nas redes sociais? Dê créditos ao restaurante!

Divulgue o restaurante e/ou a mulher que produziu o prato que você consumiu, pois a velha máxima da propaganda “boca a boca” é válida. Se ninguém fala, o assunto não se torna conhecido. Essa ação também evita que algumas receitas acabem sendo cooptadas por homens: 35% das mulheres concordam que muitas já tiveram suas criações e autoria de pratos roubadas na cozinha, afirma a pesquisa.

5. Tenha atenção com as palavras ao elogiar um prato feito por uma mulher

Pratos preparados por cozinheiras também podem ser sofisticados. Ao elogiar a comida feita por uma mulher, tome cuidado com as palavras e preste atenção para não espalhar preconceito em forma de elogio – 43% das entrevistadas dizem que as chefs estão acostumadas a ouvir que sua comida é “de casa” ou simplória.

6. Alô, homens, busquem valorizar e enaltecer iniciativas femininas!

Valorizar o trabalho de mulheres é algo que pode ser exercitado durante o ano todo, e não apenas no dia 8 de março. Procure incentivar mulheres em seus projetos e divulgue o trabalho delas sempre que possível. Ainda de acordo com a pesquisa, 1/3 das entrevistadas acreditam que as mulheres não conseguem crescer na gastronomia porque não se sentem ouvidas pelos chefes homens, sendo interrompidas e sem espaço para propor ideias.

7. Ao tomar conhecimento de oportunidades para elas, divulgue!

Sempre que souber de cursos ou oportunidades profissionais focadas em mulheres, compartilhe com quem você conhece. A plataforma Juntas na Mesa, de Stella Artois, facilita o acesso ao crédito para elas através do BEES Bank, da Ambev, além de oferecer cursos de capacitação para até mil mulheres profissionais da gastronomia em parceria com a ONG Gastromotiva. As aulas, que iniciam em 3 de abril, serão online, permitindo a adesão a partir de qualquer lugar do Brasil e irão abranger assuntos como o aprimoramento de atividades desenvolvidas na cozinha e em outros cargos administrativos e de apoio. Para mais informações, acesse o site de Stella Artois (clique aqui).

A cervejaria da Ambev se uniu à Ipsos para lançar a primeira pesquisa nacional sobre as mulheres no mercado da gastronomia. Este estudo faz parte da iniciativa Juntas Na Mesa, na qual Stella Artois anunciou um investimento de R＄ 10 milhões para promover a equidade de gênero no setor, aumentando o protagonismo das mulheres e fomentando o empreendedorismo feminino. O projeto está em linha com o compromisso de Stella e Ambev, que trabalham pela equidade de gênero e no combate a questões como machismo, objetificação da mulher no universo cervejeiro, homofobia e racismo.

*Realizada pela Ipsos a pedido de Stella Artois, a pesquisa sobre equidade de gênero na gastronomia aconteceu durante o mês de agosto de 2022, abrangendo entrevistados em quatro blocos regionais do Brasil: Norte e Centro-Oeste (Belém, Brasília e Goiânia), Nordeste (Recife e Salvador), Sudeste (S. Paulo, R. de Janeiro e B. Horizonte) e Sul (Curitiba e Porto Alegre). Para a etapa quantitativa da pesquisa, a margem de erro é de 4,4 p.p.

O levantamento foi dividido em duas etapas, cada uma delas entrevistando 500 pessoas – na primeira fase, foram entrevistados homens e mulheres responsáveis por estabelecimentos de alimentação, enquanto na segunda fase foram entrevistadas apenas mulheres que trabalham na área da gastronomia, em cargos diversos como proprietárias ou sócias, chefs e sous-chefs, cozinheiras e cozinheiras-chefe, auxiliares de cozinha, garçonetes, atendentes e operadoras de caixa.