Co-branding: pesquisa aponta que 70% dos consumidores se sentem atraídos por ações de empresas em parceria

Especialista explica qual a importância dessa estratégia para o mercado

O mercado está cada vez mais competitivo, o que leva as empresas a buscarem alternativas que possam ajudar a dar destaque e relevância aos seus negócios. Nessa busca, uma estratégia que tem ganhado muita visibilidade é o co-branding, que, segundo a pesquisa da Visual Objects, tem atraído mais de 70% dos consumidores.

Gabriel Pianaro, consultor e head de marketing na Nexcore

Segundo o consultor e head de marketing na Nexcore, Gabriel Pianaro, o co-branding é uma estratégia em que duas marcas ou mais, unem-se para fortalecer uma iniciativa em comum, como o lançamento de um produto ou serviços. “O co-branding tem ganhado cada vez mais relevância, principalmente num mundo altamente conectado como o que vivemos. Ele significa uma união de duas forças no intuito de trazer ganhos de transferência de valor, aumento de vendas, escala, market-share, entrada em um novo mercado ou em um público-alvo diferente”, explica.

Nesse panorama, existem diversos formatos de co-branding, alguns mais evidentes em que há uma grande estratégia de marketing para a sua divulgação, outros mais discretos. “Por vezes, o co-branding é feito por uma empresa maior que visa chancelar uma menor ou por uma marca de determinado segmento que quer ampliar o acesso de um produto ou serviço a outros públicos. Um exemplo são os sorvetes do McDonald ‘s que inseriram outras marcas para compor seus sabores como a Ovomaltine, Kopenhagen, KitKat, etc. Outras operações são menos aparentes, como, por exemplo, a fusão entre duas empresas, onde é mantido aquilo que funciona nos produtos ou serviços de cada uma delas, inclusive o nome, mas por trás a uma ação conjunta de gestão da marca”, conta Gabriel.  

Vantagens do co-branding para empresas

O especialista explica que uma vez que a estratégia entre as empresas esteja bem estruturada e conte com uma implantação assertiva, as vantagens podem ser inúmeras, como mais visibilidade das marcas, maior abrangência de público e maior alcance de mídias e como consequência, uma maior credibilidade junto ao mercado consumidor. “O co-branding é uma ótima maneira de atingir novos públicos e mercados, fazendo com que ambas as marcas cheguem em ainda mais pessoas. Elas podem criar um novo produto, por exemplo, ou fazer promoções em parceria. Com isso há um aumento no alcance das vendas. Outro ponto é mais ganho de credibilidade, já que o público tende a ver de forma muito positiva duas marcas de peso trabalhando juntas”, explica. 

Os recursos de marketing e comunicação também podem ser potencializados, já que as marcas podem unir orçamentos tanto na produção de algo novo, como na sua divulgação. “Esta é uma ação muito interessante para marcas menores que querem ganhar mercado e que poderão se beneficiar do poder de marketing que as empresas maiores têm. Assim como empresas maiores podem se beneficiar ao olhar para as menores, que tendem a ser mais nichadas”, conta Gabriel.

Como fazer um co-branding certeiro

Para que a estratégia funcione de forma efetiva, é preciso que as marcas conversem entre si e tenham aspectos culturais e valores em comum, para evitar que haja um conflito nas imagens das marcas de forma a confundir o público. Ter estruturas semelhantes também é importante, pois será necessário que ambas as marcas possam ter um mesmo ritmo de produção e de sucesso do negócio, já que a tendência será a de ter mais demandas por produtos. “Estratégias de divulgação também fazem a diferença e devem ser feitas em parceria, levando em consideração o público-alvo do produto ou serviço. É importante que o público compre a ideia com entusiasmo e veja valor no produto. Deve-se tomar muito cuidado com o estoque, evitando a falta de produtos nas prateleiras ou sites num período muito curto, pois essa falta pode gerar frustração e baixar a credibilidade, uma vez que pode dar a entender que a ação tinha como objetivo desovar algum produto encalhado”, reforça Gabriel. 

Outro cuidado importante é com relação a mensagem a ser passada ao público, que deve estar alinhada a ambos os posicionamentos das marcas e dos negócios. “É fundamental respeitar a essência de cada uma das marcas, para que o consumidor se sinta atraído e não repelido. Outra questão é com relação à divisão muito clara do trabalho, que deve considerar o que há de melhor em cada uma das empresas. Traçar metas e objetivos em comum também é importante, além de estarem ambas as empresas com a mesma disponibilidade de tempo e recursos. Com isso, certamente o co-branding será um sucesso”, finaliza. 

Gabriel Pianaro (@gabrielpianaro) é palestrante, consultor, mentor e gestor de marketing com mais de 24 anos de atuação em estratégias de marketing e vendas. É hoje Head de Marketing na NExcore Conversas Conectadas e conselheiro do Núcleo Futuro e Tendências da ADVB/PR.  

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