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De olho na volta às aulas: como identificar problemas de visão nas crianças

Cuidado com a visão dos pequenos é fundamental para garantir melhor desempenho escolar e qualidade de vida

 

O ano letivo já começou e a rotina escolar pode revelar algumas necessidades das crianças e adolescentes, como uma ida ao oftalmologista. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a miopia, dificuldade para ver de longe, é um dos problemas de saúde pública que mais crescem no mundo. Cerca de 8% das crianças de até 10 anos têm o distúrbio visual, sendo que esse número chega a 15% para jovens de até 15 anos.

Segundo Renata Kozlowski, oftalmologista pediatra do Hospital IPO, problemas de visão em fase escolar podem afetar o desempenho diário, tanto no aprendizado como na autoestima e na inserção social das crianças e jovens.

A miopia faz parte das doenças visuais chamadas de erro – ou vício – de refração, quando a luz não chega nítida na retina e deixa as imagens turvas ou embaçadas. Hipermetropia, que leva à dificuldade para enxergar o que está mais próximo dos olhos, e astigmatismo, que causa dificuldade para focalizar a imagem, também fazem parte dessa classificação.

“Alguns hábitos podem piorar a qualidade visual, como o uso excessivo de eletrônicos, falta de exposição solar e pouca atividade ao ar livre”, comenta Renata.

De acordo com análise do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), com dados da OMS, o percentual estimado de crianças entre 5 e 15 anos com deficiência visual por erro de refração não corrigidos chega a 23 milhões nas regiões do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Venezuela.

Sinais de problemas visuais

A oftalmologista do IPO pontua que crianças pequenas podem não demonstrar explicitamente a dificuldade visual, mas olhos vermelhos, coceira e lacrimejamento são alguns sintomas para se prestar atenção, além do estrabismo, quando os olhos não ficam paralelos.

“A criança pode apresentar dificuldades de aprendizagem e problemas e lentidão para copiar matérias do quadro ou mesmo na escrita livre, pulando linhas ou escrevendo com letras de diferentes tamanhos”, diz a médica, acrescentando que, por vezes, a doença visual pode ser até diagnosticada erroneamente como algum transtorno cognitivo, quando o uso de correção óptica poderia solucionar a questão.

Para remediar os distúrbios visuais, Renata aponta que a mais comum é o uso de lentes corretivas – óculos. Lentes de contato também podem ser utilizadas dependendo do quadro e da recomendação do médico.

“O ideal, para crianças e adolescentes, é realizar uma visita ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano. Assim, um acompanhamento pode ser feito e evitamos futuros problemas na qualidade de vida dos jovens”, finaliza a especialista.

 

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