Alimentação fora do lar é um dos setores em que a presença feminina é mais forte, tanto entre quem empreende quanto entre quem trabalha nos estabelecimentos, diz Abrasel
Grandes chefs de cozinha e empreendedoras, como Paola Carosella, Helena Rizzo ou Janaína Rueda, são pontas-de-lança da presença feminina no setor de bares e restaurantes. Mas nem só na alta gastronomia esta força se faz presente.
Um estudo inédito, realizado pela Abrasel baseado em dados da Receita Federal mostra que o setor de alimentação fora do lar tem forte participação feminina nas empresas. As mulheres representam 37,58% em empresas que têm sócios, número maior do que na indústria (31,02%), no comércio (35,52%), na agropecuária (36.63%) e na construção civil (24,76%).
Em outra pesquisa, realizada em 2020 pela Abrasel em parceria com o Sebrae, a participação feminina entre quem empreende se mostrou ainda maior: 46% – neste levantamento, eram considerados todos os tipos de empresas, não só as que têm sócios, mas também as que pertencem a microempreendedores individuais (MEIs).
Se elas já equilibram o jogo entre quem empreende, entre quem trabalha no setor a maioria é inconteste. Dados do IBGE analisados pela Abrasel mostram que as mulheres são 54% da força de trabalho formal no setor de alimentação fora do lar. Entre os informais a presença chega a 56%. São mais de 1,6 milhão de trabalhadoras no setor.
“A força feminina é evidente entre os bares e restaurantes. Aos poucos vamos equilibrando o jogo entre quem empreende, ampliando nossa presença e mostrando que nosso setor está à frente desta transformação”, diz a líder do Conselho Nacional da Abrasel, Rosane Oliveira.
Ela completa: “Entre a força de trabalho já somos maioria. Isso é mais uma prova de como a alimentação fora do lar é cada vez mais inclusiva e diversa”.
Pesquisa realizada pela Abrasel com mais de 1.400 respondentes de todo o país reflete bem como o tema da diversidade vem ganhando espaço entre as empresas de alimentação fora do lar: 41% das empresas do setor dizem já ter implantado paridade de gênero nas equipes e na gerência e outros 30% pretendem implantar em breve. Outras 29% não veem viabilidade – o setor tem muitas empresas de microempreendedores individuais ou familiares, sem nenhum funcionário, daí a dificuldade de alcançar um número ainda maior.