Perigo de surdez no ambiente ocupacional afeta quem atua em ambientes ruidosos; medidas de prevenção como os Programas De Conservação Auditiva evitam o problema
Abril é o mês de conscientização da segurança e saúde do trabalhador brasileiro. E quando o assunto é saúde e bem-estar, todo cuidado com a audição é pouco, afinal, ela é responsável por um dos sentidos mais importantes para a nossa interação com o meio ambiente. Por isso, adotar alguns cuidados com a saúde auditiva é uma prática fundamental para a manutenção de nossa qualidade de vida.
De acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Otologia (SOB), 30% a 35% dos casos de perda auditiva ocorrem por exposição excessiva a ruídos constantes. Essa também é uma das causas mais comuns das doenças ocupacionais, mas nem sempre o trabalhador percebe a perda auditiva no trabalho.
A fonoaudióloga Cláudia Giglio, conselheira do CREFONO 3 (Conselho Regional de Fonoaudiologia do Paraná e Santa Catarina) especialista nessa área, explica que expor-se a som em alta intensidade, níveis acima de 80 decibéis é prejudicial. “A Perda Auditiva Ocupacional (PAO) é aquela que pode ser causada nos ambientes de trabalho, por agentes nocivos como: ruído intenso, produtos químicos ototóxicos e vibrações, levando a danos permanentes na audição e equilíbrio”.
A especialista aponta que a perda é lenta, progressiva e insidiosa, mas ocorre uma redução significativa e irreversível da capacidade auditiva. As fontes mais frequentes de ruído nos ambientes de trabalho são as máquinas e equipamentos. As indústrias, são locais mais comuns de presença do ruído intenso, portanto ambientes potencialmente perigosos, em especial a da construção, a metalmecânica e a da madeira. Porém, outros ambientes como consultórios odontológicos, casas noturnas, academias também são de risco para a audição de quem trabalha alí.
Neste aspecto, o desenvolvimento de Programas de Conservação Auditiva são importantes e incluem a avaliação auditiva e acompanhamento da audição e a indicação de medidas de controle do ruído ou outros agentes agressivos, como a utilização de equipamento de proteção individual (EPI), como os protetores auditivos.
Perda auditiva no ambiente de trabalho
A alteração do sistema auditivo acomete muitos trabalhadores de forma bilateral (nos dois ouvidos), desenvolvendo-se nos primeiros cinco anos de atividade sem proteção e progredindo enquanto durar a exposição, sendo irreversível.
Para identificar esse tipo de perda da audição, é importante que colaboradores e empregadores fiquem sempre atentos aos principais sintomas, ainda em sua fase inicial. Entre os sintomas relacionados à exposição ao ruído intenso, estão:
- Zumbido;
- alterações no sono;
- depressão;
- dificuldade para identificar a origem do som;
- dores de cabeça;
- falta de atenção e concentração;
- irritabilidade com sons intensos;
- irritação e ansiedade;
- isolamento e constrangimentos provocados pela dificuldade auditiva;
- não entender a fala durante as conversas;
- sensação de ouvir zumbidos;
- tontura e dificuldades no equilíbrio corporal.
SOBRE O CREFONO3
O Conselho Regional de Fonoaudiologia – 3ª Região (CREFONO3), atuante no Paraná e em Santa Catarina, constitui, em conjunto com o Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), uma autarquia federal. É responsável por zelar pelo cumprimento das leis, normas e atos que norteiam o exercício da fonoaudiologia, a fim de proteger a integridade moral da profissão, dos profissionais e dos usuários diretos. Ao zelar pelo exercício regular da profissão, o CREFONO3 protege o fonoaudiólogo daqueles que exercem inadequadamente ou ilegalmente a profissão, além de proporcionar melhores condições para que a população tenha um atendimento adequado ao consultar o profissional.