A maioria dos brasileiros é contra privatizações, conforme pesquisa do Datafolha, mas o percentual mostra uma população dividida: 45% são contra a venda de empresas e serviços públicos, enquanto 38% se declaram favoráveis. Entendendo que existe muita desinformação a ser combatida nesse tema, uma campanha da Federação dos Trabalhadores de Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) busca debater e conscientizar a sociedade acerca da importância das empresas públicas para o desenvolvimento econômico do país e dos riscos envolvidos na venda de ativos estratégicos à iniciativa privada.
Para o lançamento da Campanha Nacional Contra a Privatização, uma ação viral foi organizada em um bairro de Curitiba (PR). Em uma manhã de domingo, frequentadores se depararam com pistas de skate, quadras e praças fechadas por faixas. Junto, uma placa informando que o local havia sido privatizado – e que agora seria necessário pagar para utilizar o espaço.
“Do dia para a noite, algo que era benéfico e gratuito para todo mundo passa a ter uma etiqueta de preço para benefício de poucos. É um exemplo simples, com o qual queremos chamar a atenção sobre quem ganha e quem perde com isso, criando um paralelo com todas as privatizações que aconteceram e estão acontecendo”, explica Deonísio Schmidt, presidente da Fetec-CUT-PR.
O resultado é um filme com reações divertidas, que vão do estranhamento à revolta, ou à simples desobediência.
Assista: https://www.youtube.com/watch?v=l-EoEubgTBU
Filme para download (em alta e whatsapp): https://drive.google.com/drive/folders/1ytxfrNsMgDRkk3ExK5EmurKPrRwJwzmC?usp=sharing
O vídeo de alerta faz parte de uma iniciativa ampla, que conta com site, redes sociais, materiais impressos e outros filmes. “Muitas vezes as pessoas são influenciadas por uma comunicação agressiva, que diz que privatizar é melhor. Mas mudam de opinião quando recebem dados e percebem que essa comunicação tem uma inclinação, um ponto de vista daqueles que têm interesse em assumir serviços altamente necessários e, portanto, lucrativos”, aponta Deonísio Schmidt. A Federação acredita que, para esse debate ser democrático, toda a sociedade precisa ter acesso à informação de forma simples e digital. “As empresas públicas têm função social, não focam exclusivamente no lucro. Por isso, cobram tarifas mais baratas e investem no desenvolvimento do país”, complementa.
“Muitas vezes, a melhor maneira de sensibilizar é oferecer uma pequena experiência. Foi o que fizemos em campanhas anteriores que geraram impacto importante”, comenta Mauricio Ramos, fundador da Social Ideias. A agência responsável pela ação também é autora da campanha “Essa vaga não é sua nem por um minuto”, que viralizou ao colocar cadeiras de rodas vazias em vagas previstas para carros, jogando luz sobre quem utiliza, sem direito a isso, vagas destinadas a pessoas com deficiência.
A campanha tem forte apelo regional, já que diversos ativos estratégicos do Paraná estão sob ameaça de privatização, como Copel e subsidiárias da Petrobras, e abrangência nacional, pelo fato de os bancos públicos – Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES – e tantas outras empresas públicas serem essenciais para o país inteiro.
Primeiros resultados: Prefeitura anuncia reforma na pista de skate
Nas redes sociais, a ação que durou poucas horas caiu como uma bomba e já provocou mudanças. Diversos perfis postaram fotos marcando e questionando a Prefeitura de Curitiba, que teve de se posicionar e anunciou melhorias na pista de skate do local. “É isso que buscamos: pressão popular para que os serviços públicos sejam cada vez melhores, com tarifas acessíveis, servidores qualificados e sistemas de gestão e compliance aperfeiçoados”, explica Deonísio Schmidt.
É possível saber mais sobre a campanha através do site:
www.brasilcontraprivatizacao.com.br
E das redes sociais:
Também no site da Fetec: www.fetecpr.org.br
E no site da Social Ideias: www.socialideias.com.br
Sobre a Fetec-CUT-PR
A Federação dos Trabalhadores de Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) luta pelo fortalecimento da categoria bancária no Paraná. Desenvolve, organiza e apoia ações voltadas à conquista de melhores condições de vida e de trabalho e trabalhadores e trabalhadoras do setor financeiro.