A Aldo Solar é anfitriã do lançamento em Maringá, que contou também com uma exposição de obras do artista e um coquetel para os mais de 100 convidados.
A arte, além de despertar nossos sentidos para a beleza, tem como principal função a transformação por meio do desconforto. É o convite ao inusitado, à reflexão e ao questionamento sobre o significado de uma obra que permite que a arte dialogue com os anseios de cada pessoa, sempre de maneira muito particular.
E foi por meio da arte que Jorge Pedro Lemes, artista plástico natural de Peabiru, no interior do Paraná, pôde expressar seu caos interno em forma de criatividade. Aos 15 anos, fez sua primeira escultura, chamada “Flores de Aço”. Porém, foi apenas aos 50 anos, após 25 anos de psicanálise diante dos problemas de saúde gerados pelo trabalho, que Jorge Pedro se reconheceu e se assumiu como um artista, assinando suas obras sem pseudônimos.
Agora, além de suas esculturas na técnica assemblage, Jorge Pedro assina o livro Humani Machina, lançado nesta segunda-feira (15) em Maringá, Paraná, com apoio da Aldo Solar, líder em soluções para a geração de energia solar no país.
O livro é a primeira publicação de uma coleção de 12 obras do artista. O livro foi elaborado no decorrer de 13 anos, que envolve o processo das obras de arte e, claro, a escrita. O conteúdo caminha por poesias autorais de Jorge Pedro, dedicadas à cada obra apresentada no livro, todas inspiradas na anatomia humana, e reúne também interpretações elaboradas por diferentes autores convidados: Astrid Façanha, Artur Molina, Raul Zermiani, Tânia Machado, Nailor Marques e Olívio Guedes.
Quem é Jorge Pedro Lemes
O artista plástico Jorge Pedro Lemes atua no campo da arte contemporânea há mais de vinte anos. Um dos primeiros trabalhos de grande expressão em sua carreira foi em 1980, quando desenvolveu peças exclusivas para o arquiteto italiano Luigi Garrata. Já em 2002, passou a ser um dos acadêmicos efetivos da fundação Academia de Cultura do Paraná.
Lemes diversifica ao máximo a maneira de expor suas obras. É reconhecido no Brasil e no exterior por sua técnica única de criação de objetos e esculturas utilizando a técnica de assemblage.
O que é a técnica assemblage nas artes?
A técnica assemblage que teve origem nos anos 1910, com o artista francês Marcel Duchamp consiste em criar objetos e esculturas a partir de materiais diversos, como objetos encontrados, sucatas, madeira, metal, entre outros. Duchamp queria demonstrar que a arte poderia ser encontrada em qualquer lugar e que a originalidade do artista não estava apenas na criação, mas na escolha dos materiais.
Ao longo das décadas, a técnica evoluiu e ganhou novos adeptos. Hoje em dia, ela é utilizada por muitos artistas plásticos, como é o caso de Jorge Pedro Lemes.
O livro Humani Machina
Esta primeira publicação reúne composições literárias a respeito das esculturas nomeadas “Maria”, “Helena”, “Natasha”, “Piná de Tramontana”, “Dafne”, “Tally”, “Madalena”, “Hanna”, “Pietá” e “Lia”. Tais obras apresentam principalmente a anatomia feminina, manifestada em manequins, e mesclada à diversos objetos de metal e madeira, que por meio da técnica assemblage, transformam as obras em apresentações distópicas e singulares. Existem também artigos, poemas e um manifesto assemblagístico elaborado por Jorge Pedro.
Para o próprio Jorge Pedro, suas composições para Humani Machina formam mosaicos não apenas de objetos, mas também de sentidos:
“Na apresentação de cada uma das composições, procurei praticar a assemblage também por meio de uma mistura de poemas, letras de músicas, receitas de doces, textos escritos em outras línguas, todos sem nenhuma ligação. Assim, estão ali como signos da fragmentação cultural, como um cisco no olho, como significante”.
A Aldo Solar é anfitriã do lançamento Humani Machina em Maringá
O lançamento do livro Humani Machina contou com o apoio da Aldo Solar, não só para o evento, mas também para a sua publicação, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
O evento, que contou com mais de 100 convidados, recebeu ao palco grandes nomes, como: Aldo Teixeira, fundador e atual conselheiro da Aldo Solar; Antônio Nuno Verças, recém nomeado CEO da Aldo Solar; Tânia Machado, professora e pesquisadora da Universidade Estadual de Maringá; José Artur Molina, psicólogo e psicanalista; Carl Amorim, iniciador do Blackchain Hub Brasil e cofundador da Prospera; Gilson Aguiar, historiador, professor e comentarista na CBN; Olga Agulhom, que foi Secretária de Cultura de Maringá e é Membro da Academia de Letras de Maringá; e por fim, o próprio artista Jorge Pedro Lemes.
Para Aldo Teixeira, fundador da Aldo e membro do conselho da empresa, apoiar a cultura é uma forma de retribuição à sociedade. “Sempre tive em mim a vontade de retribuir a sociedade por todas as oportunidades que conquistei, de sol a sol, junto com minha família. Por isso, apoiamos o trabalho de Jorge Pedro. E hoje, me sinto extremamente honrado por ter feito parte dessa nova grande conquista”, afirmou.
Na ocasião, Jorge Pedro agradeceu o apoio de todos que contribuíram diretamente com a escrita, e falou sobre sua transformação como artista:
“Eu sempre achei que produzir arte era uma espécie de pecado, pois eu vim de uma família de gente muito trabalhadora. Então, ser artista era uma coisa de ‘gente que não gostava de trabalhar’. Foram 45 anos não querendo assumir meu papel de artista. A partir dessa idade, e já há alguns anos fazendo psicanálise, assumi essa missão de trazer à vida aquilo que corria no meu subjetivo, no meu pensamento”, contou aos convidados.
Por fim, o evento promoveu uma sessão de autógrafos e a exibição de algumas das obras de arte presentes no livro, seguido de um coquetel em brinde à Humani Machina.
A Aldo Solar e Jorge Pedro agradecem a todos que prestigiaram o evento.
Antonio Nuno Verças, novo CEO da Aldo Solar, agradeceu a presença de todos no lançamento do livro de Jorge Pedro. “É uma honra para a Aldo Solar sediar esse evento e conhecer um pouco mais do brilhante trabalho de Jorge Pedro e sua obra Humani Machina”.
